Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

«É "desvastadora"»: assim se referiu à doença de Alzheimer um especialista naquela patologia, ao ser entrevistado no programa Bom Dia, Portugal*, da RTP 1, de 6 de novembro de 2013 (ca. das 8h50). E por duas vezes o fez!  Ora o que deveria ter dito era «devastadora», do latim devastāre, co...

O ex-jogador e ex-treinador de futebol do Olhanense, Abel Xavier, avançou recentemente com uma curiosa definição das palavras treinador («aquele que treina a dor»), lutador («aquele que luta com a dor») e vencedor («aquele que vence a ...

Dois erros de vão de escada

«(…) Justiça brasileira emitiu mandato de captura, mas o general Kanganba desmentiu o seu envolvimento numa rede de tráfico de brasileiras para a Europa.

Carlos Abreu  20:50 Sexta, 25 de Outubro de 2013

Fonte oficial falou à agência de notícias Angola Press em nome do general Kangamba

Não foi realmente um momento áureo aquele que o político português (PSD) José Luís Arnaut protagonizou no seu comentário semanal na Antena 1 quando, sobre as críticas a um documento da Comissão Europeia sobre o papel do Tribunal Constitucional, referiu:

«E depois toda esta áurea de virgens púdicas e ofendidas relativamente àquela que é, hoje em dia, a vaca sagrada do sistema: o Tribunal Constitucional» (Conselho Superior, Antena 1, 21 de agosto de 2013)

Vi há umas semanas na TVI uma reportagem do mundo da moda e impressionou-me a avassaladora quantidade de anglicismos que a linguagem das intervenientes, inclusive da jornalista, incorpora. Em sete minutos de reportagem e menos de prosa contei 18! Pode-se mesmo dizer que a frequência dos anglicismos é nalguns momentos quase frase sim, frase não, e nalguns casos chega mesmo a bisar na mesma frase...

Introito:

«Era possível a qualquer apanhar com o palavrão na cara e ficar coberto de peste.»

Perdoem-me os mais sensíveis, mas não pude deixar de pensar neste excerto do conto «A palavra mágica», de Vergílio Ferreira.

Cronologia:

«Se o Obamacare (plano legislativo de cuidados de saúde proposto pelo presidente norte-americano) não avança no Congresso, então não há dinheiro para mais despesa, diz a administração Obama. Demagogia e irresponsabilidade, diram alguns» (Luís Ferreira Lopes, "E se o shutdown fosse em Portugal?", SIC Notícias online, 1 de outubro de 2013).

 

Numa entrevista à Correio da Manhã TV, e a propósito da celeuma à volta dos  incidentes com o  treinador do Benfica,  Jorge Jesus, no final do  jogo com o Vitória de Guimarães para a Liga Portuguesa, o presidente do clube, Luís Filipe Vieira, tropeçou no verbo desapertar:

Um «meia culpa» que bem reclama um <i>mea culpa</i>…

Há uns anos, numa Volta a Portugal em Bicicleta, um jornalista, entrevistando o camisola amarela, depois de uma etapa desportivamente pouco feliz, perguntou-lhe algo do tipo: «Então está disposto a fazer o seu “mea culpa” relativamente ao que hoje correu mal?», obtendo como resposta: «Meia culpa, não, culpa toda, porque sou o principal responsável […]».

«Haverão outros monólogos, sucessos retumbantes de palco e gira-discos», pode ler-se num texto biográfico alusivo a Raul Solnado, inserido num trabalho denominado "100 Anos, 100 Portugueses", que o semanário Expresso tem vindo a publicar e que pretende destacar as figuras que moldaram o século XX em Portugal (Revista</em...