Se há coisa mais provinciana e digna de desapreço, agora muito em voga em Portugal, são os frisos de oradores portugueses em conferências maioritariamente assistidas por portugueses a produzirem comunicações em inglês — a língua do império das mentiras e do globalismo —, pois que não falar publicamente em inglês é hoje uma posição política. Por três ou quatro alunos Erasmus e por um estrangeiro na mesa, não se pode recusar à língua portuguesa — uma língua de cultura — o lugar que lhe compete. Se preferirem, arranjem um tradutor ou, então, falem em francês, outra língua de cultura. Assisti (...) através da internet uma dessas conferências e saí após 5 minutos. O ar de colonizados dóceis e subservientes da plateia e da mesa era espantoso.