Tem feito furor nas redes sociais em Portugal e suscitado polémica na comunicação social o vídeo da sociedade de advogados Maria do Rosário Mattos e Associados disponível na página daquela firma. As áreas em que a página se organiza são Home, Partners, Expertise, Contacts, e o vídeo é designado por Introduction Film. Dando de barato o galicismo expertise, já dicionarizado, confesso que me interrogo porque raio não aparece simplesmente Entrada, Associados, Contactos, e, no filme, Vídeo, Vídeo de Apresentação ou apenas Apresentação.
A cereja no topo do bolo é, porém, no dito vídeo, a caracterização que a empresa faz de si própria: «Maria do Rosário Mattos e Associados é hoje uma “boutique law firm”». Intui-se facilmente o que é uma «boutique law firm». Trata-se de uma empresa especializada num nicho de mercado, no caso, a recuperação de créditos. Mas a pergunta que se põe é: qual é a necessidade de usá-la? Porque não apenas «escritório especializado»?…
Por último, ainda pelo vídeo, ficamos a saber que a empresa presta um «serviço full-service», expressão ademais redundante, quando simplesmente «serviço completo» estaria muitíssimo bem.
Enfim, aparentemente um daqueles casos de deslumbramento pelo inglês em que para todos os termos se pode com facilidade encontrar um rigoroso equivalente vernáculo…