O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Como falam os jovens em Portugal?
A pobreza vocabular de uma geração

«Se decidirmos ouvir com atenção o que dizem os nossos jovens entre esplanadas, nas praias, nos cafés, ao telemóvel, ficamos desconcertados com a pobreza do vocabulário que caracteriza a sua linguagem.»

Alguns exemplos neste apontamento da autoria da professora Lúcia Vaz Pedro.

«Não já?»
A pergunta-tag tantas vezes repetida

É hoje muito comum ouvir frases semelhantes a esta: «Já viste, não já?». Mas afinal, do que se trata este «não já?»? Sobre esta expressão tão comum na oralidade dos portugueses escreveu* Miguel Esteves Cardoso, na sua crónica no jornal Público do dia 8 de março de 2020 – a seguir transcrita com a devida vénia.

* conforme a norma ortográfica de 1945.

De poucas palavras
Jovens que desconhecem o legado linguístico dos mais velhos

A população idosa guarda um repositório de «palavras coloridas e deliciosas» que estão em risco, não apenas por problemas de memória decorrentes do envelhecimento. É que, entre os jovens, baixa drasticamente o número médio de palavras usadas e conhecidas, com a expressão a resumir-se a bordões linguísticos, muito em resultado da pressão de certos conteúdos audiovisuais em linha. Um diagnóstico da editora e escritora Maria do Rosário Pedreira, publicado no Diário de Notícias de 5 de outubro de 2019. Texto escrito na norma anterior ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.

Tipo, não uses bengalas, tás a ver
Os bordões e a intermitência discursiva

Os bordões linguísticos são frequentes na oralidade. Apoiam o discurso e o orador em momentos de hesitação, reformulação e até esquecimento. Neste apontamento, a professora e linguista Carla Marques mostra como é importante tomar consciência das bengalas linguísticas para que a comunicação possa ser mais eficaz. 

«Isto é uma coisa incontornável!»
Guia para um adjetivo da moda

A palavra incontornável está na moda e serve para caracterizar todo o tipo de realidades. Arrisca, assim, um esvaziamento semântico, tal a diversidade de significados que vai servindo. Carla Marques propõe uma reflexão em busca dos "novos" sentidos que a palavra vai adquirindo. 

Então mas o que é isto?

«Certas modas linguísticas – escreve o humorista português na sua crónica Boca do Inferno, na revista Visão de 23/03/2017 – ficam circunscritas a determinados meios (por exemplo, a expressão "quando assim é" quase não é usada fora do âmbito das entrevistas rápidas que ocorrem após um jogo de futebol), outras estão limitadas a uma faixa etária (é raro ouvirmos um maior de quarenta anos dizer que determinada coisa é "top"), mas há algumas que ultrapassam as barreiras da idade e da origem social, e infectam uma sociedade inteira. [E há, agora,] a multiplicação de "entões". (...)»

É assim, prontos, então vá
Tiques «um bocado foleiros» do discurso oral

 Algumas palavras e expressões, «que não servem para nada de especial» senão como bengalas e tiques linguísticos caractetrísco do discurso oral mais empobrecido neste texto divertido, da autoria  do jonalista Manuel Halpern – publicado na edição digital do Jornal de Letras, do dia 9 de março de 2012.