Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.

Discordo da resposta dada pelo dr. Neves Henriques em que afirma que a forma correcta é 1,2 vezes (Cf. Respostas Anteriores). A questão colocada deve ser respondida com outra pergunta: até onde vai a unidade? Isso porque, enquanto estivermos a tratar com números que são iguais ou inferiores a uma unidade, não deve haver dúvidas sobre a utilização do singular. O problema começa com os números entre 1 e 2.

Fico admirado como o senhor Carlos Ilharco refuta de modo peremptório as minhas hipóteses ao afirmar no início do seu texto "Nem uma coisa nem outra".

Fiquei entretanto a saber pelo senhor Mauro Cavaliere que A.C.Milan foi fundado por um conjunto de pessoas inglesas com o nome de " Milan Cricket anf Footbal Club (1899).

Só que não se me afigura que A.C.Milan seja uma forma abreviada ou iniciais desse tal "Milan Cricket and Footbal Club".

1 - Carlos Ilharco *

"Milano ou Milão", respondeu João Cabrita, a propósito deste tema (cf. respostas Anteriores). Nem uma coisa nem outra. O verdadeiro nome do clube é A.C. Milan e não tem nada a ver com o francês, mas sim com a sua fundação por um conjunto de pessoas inglesas com o nome de "Milan Cricket and Football Club" (1899).

Salvo melhor opinião, os nomes originais devem manter-se para evitar caricaturas como Sporting de Lissabon.

2 - Mauro Cavaliere **

A resposta dada por mim no dia 8 de Novembro (cf. Respostas Anteriores) está inteiramente certa. Eis o que se me perguntou pela consulente Angelina: "As palavras cota e quota são equivalentes? Podemos usar uma ou outra sem qualquer restrição?" Vejamos então.

Há mais de uma palavra com a forma cota:

1 - Armadura que antigamente os cavaleiros usavam por cima da roupa para se defenderem. Deriva do francês antigo "cote".

2 - Antiga unidade de medida da India. Deriva do tâmul "kottei".

Foi respondido que cota=quota e que "é a mesma palavra com duas grafias" (Cf. Respostas Anteriores).

Enquanto substituir quota por cota estará sempre correcto, mas o inverso não me parece verdadeiro. Não me parece que um cavaleiro vestisse a sua "quota" antes de entrar em luta por uma eventual cota em qualquer empresa.

Fico muito grato ao dr. Rui Pinto Duarte pela sua colaboração, ensinando como traduzir para português que todos entendam a expressão italiana "in sede di", como por exemplo "em sede de revisão constitucional", que em português de Portugal será "no campo da revisão constitucional" e "em matéria de revisão constitucional". E ainda temos "na área, no espaço, no âmbito". Para determinados estudos da Língua Portuguesa, é indispensável a colaboração de pessoas especializadas nos vários saberes,...

Algumas das mensagens sobre este tema solicitam que eu volte a escrever sobre ele. Vamos a isso, embora escrevendo mais a propósito dele do que sobre ele.

Sou um curioso dos problemas da língua; não tenho, porém, qualificações ou estudos formais que me capacitem para dar opiniões filológicas. Os contributos que posso dar ao Ciberdúvidas respeitam apenas ao Direito (incluindo a linguagem jurídica, é óbvio). Por isso, tenho evitado dar opinião sobre a "correcção" das expressões qu...

Implemento é português lídimo – já existia, pelo menos, em 1731, segundo o Dicionário de Morais --, enquanto implementar é um neologismo do inglês "to implement". E enquanto o substantivo implemento até caiu em desuso, o verbo implementar pegou, está na moda (especialmente entre os especialistas das generalidades e das frases feitas), serve para tudo e para nada. Isto é: não serve para coisa nenhuma. Por isso, volto a repetir: é um neologismo mal-formado ...

«Implementar é um anglicismo mal formado e sem sentido específico em Português. Pode significar tudo: adoptar, desenvolver, executar, completar, começar, tomar, vigorar, etc.»

Embora o termo possa ter sido "importado" via inglês, não se poderá dizer que é «mal formado».

Se uma mina antipessoal – sustenta aqui ao lado o engº Roseira Coelho, num esclarecimento a uma anterior resposta minha, que desde já muito agradeço – é uma mina contra pessoas ( eu nunca defendi que fosse "para uso pessoal"...), então, o plural será mesmo antipessoais: minas antipessoais. Pessoal é adjectivo, logo, faz o plural pela regra geral: pessoais.