Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.

Este é um caso típico e pouco exemplar de como Portugal lida com os contratos que faz e os compromissos que assume, mesmo quando eles tomam a forma de leis, na ordem interna, ou de acordos, entre países. Quem ande pelos 35 anos e todos aqueles que já por lá passaram ainda hão-de lembrar-se de um debate longo e assanhado que atacou jornais e académicos acerca do acordo para a uniformização da ortografia da Língua Portuguesa nos países onde ela é falada. Pois bem, o polémico pergunta.php?id=166...

A expressão "acordo ortográfico" provoca-me um cansaço fulminante. Quando alguma coisa me decepciona muito, adormeço. Num minuto, esteja onde estiver, o que espanta os próximos, que me conhecem como insone militante. Um psicanalista explicou-me que se trata de uma reacção saudável do inconsciente. Útil, pelo menos, tem sido. Mas nesta questão da ortografia, sempre que abro os olhos, vejo mais uma figura da cultura portuguesa bradando contra "o colonialismo dos ex-colonizados". Urrando contra ...

Os dicionários virtuais podem agilizar a criação de referências para a reforma ortográfica, que ainda está sem data para entrar em vigor. Isso porque as alternativas "on-line" e os corretores digitais dispensam a etapa da impressão e, assim, podem exibir antes dos dicionários tradicionais a actualização das palavras alteradas.

Encaro com grande ceticismo esse acordo ortográfico. É uma reforma tímida, que não traz grandes inovações. Mas não gostei. Queria que meus tremas ficassem onde estão. Os escritores mais velhos e mais preguiçosos têm de confiar no pessoal da editoração para fazer as mudanças necessárias no texto.

 

Absurdo*

Muito barulho por quase nada. Essa é uma boa descrição da nova reforma ortográfica que o Brasil cogita implementar já a partir do ano que vem. Na prática, o que o tratado faz é eliminar um pequeno número de consoantes mudas ainda escritas em Portugal ("óptimo", "adopção"), sepultar o trema e promover algumas poucas mudanças nas regras de acentuação e do uso de hífen.
Parece pouco. E, em termos qualitativos, de fato o é. Só que, para proceder às modificações, será preciso empenhar uma energ...

A um ano de se tornar «maior de idade», aos 18, o acordo ortográfico assinado pelos países de língua portuguesa tem toda a cara de virar um «trintão» sem nem ser aplicado. É que Portugal dá indícios de que só implantará o acordo daqui a dez anos. Como se não bastasse a indefinição lá no velho mundo, aqui no Brasil o Governo federal ainda não tem prazos definidos para o que se poderia chamar de «desacordo ortográfico».

Professor honorário de lingüística da Universidade do País de Gales, em Bangor, David Crystal, de 66 anos, é uma das maiores autoridades mundiais em linguagem. Autor de "A Revolução da Linguagem" (Jorge Zahar), ele falou a VEJA sobre as mudanças que a internet trouxe ao uso da língua e sobre as línguas em extinção.

A internet está mudando o caráter das línguas?

Engavetado desde sua assinatura, em 1990, voltou a assombrar o acordo ortográfico que visa a unificar a escrita do português nos países que o adotam como Língua oficial. O Ministério da Educação chegou a anunciar a entrada em vigor da reforma no Brasil já em 2008. Felizmente, essa data foi postergada. Por mais modorrenta que seja, essa discussão não deve se extinguir. Ela tem implicações profundas de ordem técnica e comercial, além de provocar ainda mais ansiedade nos milhões de brasileiros m...

Moçambique é um dos cinco países que ainda não assinaram a proposta de reforma ortográfica para a língua portuguesa. O senhor é a favor da reforma?

Mia Couto   Não. Não faço guerra contra a reforma, mas acho absolutamente absurdo o fundamento da necessidade de fazê-la. Evidente que é uma coisa convencional, não vai mudar a fundo as coisas, mas as implicações que isso tem do ponto de vista económico acabam sempre por sobrar para os países mais pobres. Com esse dinheiro pode se ...

CPLP pede rapidez para unificação da ortografia portuguesa

Lisboa, 25 Set (Lusa) — A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) defendeu nessa terça-feira a existência de uma única forma de escrever português e deixou implícitas críticas às dificuldades de implementação do acordo ortográfico, assinado pelos estados-membros em 1990.

Em entrevista à Agência Lusa, o português José Tadeu Soares, secretário-executivo adjunto da CPLP, não quis comentar a "parte política" da questão em Portugal, país que ainda não ratificou o acordo.