Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.

Muito barulho por quase nada. Essa é uma boa descrição da nova reforma ortográfica que o Brasil cogita implementar já a partir do ano que vem. Na prática, o que o tratado faz é eliminar um pequeno número de consoantes mudas ainda escritas em Portugal ("óptimo", "adopção"), sepultar o trema e promover algumas poucas mudanças nas regras de acentuação e do uso de hífen.
Parece pouco. E, em termos qualitativos, de fato o é. Só que, para proceder às modificações, será preciso empenhar uma energ...

A um ano de se tornar «maior de idade», aos 18, o acordo ortográfico assinado pelos países de língua portuguesa tem toda a cara de virar um «trintão» sem nem ser aplicado. É que Portugal dá indícios de que só implantará o acordo daqui a dez anos. Como se não bastasse a indefinição lá no velho mundo, aqui no Brasil o Governo federal ainda não tem prazos definidos para o que se poderia chamar de «desacordo ortográfico».

Professor honorário de lingüística da Universidade do País de Gales, em Bangor, David Crystal, de 66 anos, é uma das maiores autoridades mundiais em linguagem. Autor de "A Revolução da Linguagem" (Jorge Zahar), ele falou a VEJA sobre as mudanças que a internet trouxe ao uso da língua e sobre as línguas em extinção.

A internet está mudando o caráter das línguas?

Engavetado desde sua assinatura, em 1990, voltou a assombrar o acordo ortográfico que visa a unificar a escrita do português nos países que o adotam como Língua oficial. O Ministério da Educação chegou a anunciar a entrada em vigor da reforma no Brasil já em 2008. Felizmente, essa data foi postergada. Por mais modorrenta que seja, essa discussão não deve se extinguir. Ela tem implicações profundas de ordem técnica e comercial, além de provocar ainda mais ansiedade nos milhões de brasileiros m...

Moçambique é um dos cinco países que ainda não assinaram a proposta de reforma ortográfica para a língua portuguesa. O senhor é a favor da reforma?

Mia Couto   Não. Não faço guerra contra a reforma, mas acho absolutamente absurdo o fundamento da necessidade de fazê-la. Evidente que é uma coisa convencional, não vai mudar a fundo as coisas, mas as implicações que isso tem do ponto de vista económico acabam sempre por sobrar para os países mais pobres. Com esse dinheiro pode se ...

CPLP pede rapidez para unificação da ortografia portuguesa

Lisboa, 25 Set (Lusa) — A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) defendeu nessa terça-feira a existência de uma única forma de escrever português e deixou implícitas críticas às dificuldades de implementação do acordo ortográfico, assinado pelos estados-membros em 1990.

Em entrevista à Agência Lusa, o português José Tadeu Soares, secretário-executivo adjunto da CPLP, não quis comentar a "parte política" da questão em Portugal, país que ainda não ratificou o acordo.

 

Ferreira Fernandes publicou no DN (3/9/07) um artigo que é uma curta “irreflexão” sobre a diversidade linguística e que nasce de, e amplifica, ideias feitas sobre língua e poder.

O texto de Ferreira Fernandes é bem sintomático de como actualmente a causa das línguas chamadas minoritárias anda a perder a simpatia da opinião pública. Segundo este jornalista português, as crianças galegas, catalãs, bascas e cabo-verdianas arriscam-se a ficar em desvantagem por serem educadas nas línguas tradicionais das regiões ou países em que vivem. Lendo o texto, parece que é porque os “miúdos” (como diz o jornalista) vão ficar ...

Arrepia-me ouvir sequestro ser pronunciado como queque

Não serve para nada, o «c» de afecto – a não ser para abrir um «e», coisa de somenos. Por isso, vai deixar de existir, oficialmente, a partir do próximo mês de Janeiro. Para mim, a língua sempre foi esse lugar onde as coisas que não servem para nada podem existir silenciosamente, transformando aquilo que serve para tudo. Um lugar preciso e atópico. Diria: o lugar da utopia, se esta palavr...

A partir de hoje, os jardins-escolas galegos dão as aulas só em galego. Também se vai ensinar um "hino galego" de um nacionalismo extremo. Composto por um poeta do séc. XIX, o hino galego, enxotando os castelhanos, canta: «Só os imbecis e obscuros/ não nos entendem.» Picardias nacionalistas, que quase todos os povos têm, e que não trazem grande mal ao mundo. Ou trazem, mas não é isso que aqui me traz, mas outro mal, esse, evidente. Esta deriva galega integra-se no menosprezo de uma das grande...