José Neves Henriques clarifica a sua anterior resposta sobre este tema – acolhendo os argumentos do consulente A. Mendes da Costa, com o texto Em defesa de deslocalizar. Uma controvérsia, esta que contou ainda com a participação de Amílcar Caffé com o texto Contra a «deslocalização».
Muitas pessoas que condenam o verbo deslocalizar, ou que preferem outros, procedem assim, porque não se encontram dentro das várias actividades em que se emprega esta palavra. Sendo assim, não estão em condições de apreciar com justeza o emprego de deslocalizar e obedecem a este princípio: nova palavra que entra na língua provoca ou pode provocar confusão, quando desnecessária. Atitudes destas têm-nas, não raro, pessoas competentes. E não deixam de ter razão.
Depois da explicação apresentada pelo dr. A. Mendes da Costa, a opinião tem, necessariamente, de mudar. E assim compreende-se que o termo deslocalizar convém que se aceite e se defenda. De facto, palavras como transferir/transferência, deslocar/deslocação, mudar/mudança, passar/passagem e outras, como por exemplo transpor/transposição, remover/remoção, transitar/trânsito, trasladar/traslado/trasladação, e outras que se poderiam apresentar, não têm o mesmo valor semântico que deslocalizar/deslocalização.
Quanto à motivação, nenhum argumento em contrário se pode apresentar. Basta considerarmos que a palavra-base é a tão conhecida local, e que o prefixo e o sufixo a cada passo os encontramos.
Todos sabemos que tal ou tal palavra tem este ou aquele significado ou sentido, conforme o contexto e/ou a situação. Das situações, já o dr. Mendes da Costa nos informou, pelo que estamos muito gratos. E se não é pedir demasiado, gostaríamos que nos fossem enviadas as palavras deslocalizar e deslocalização em contextos apropriados para, assim, podermos cimentar os nossos conhecimentos sobre este assunto, e podermos informar correctamente quem nos procura.
Seria um ajuda, pela qual ficaríamos muito gratos.