Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Questões relativas ao Acordo Ortográfico.

O semanário Sol publicou, na sua edição de 1/9/2007, um trabalho sobre o Acordo Ortográfico – que o Brasil quer aplicado já em  2008, enquanto o Governo português pretende que ele entre em vigor no país dez anos mais tarde. São três textos: Desacordo ortográfico + O que muda com a reforma + O caso alemão.

O caso alemão
Dois séculos em busca de uma ortografia unificada

Desde o século XIX foram intensas as discussões para se adoptar uma ortografia unificada para o alemão, o que só veio a acontecer em 1901, com base no dicionário do filólogo Konrad Duden. Mas só em 2008 ela entrou em vigor — a despeito da sua continuada controvérsia.

Em Portugal o c e o p serão eliminados das palavras em que não são pronunciados, como acção, objecto, adopção. Pêlo (substantivo), pára (verbo parar) e pôr (colocar) perdem o acento, não se distinguindo de pelo, para e por. O hífen deixa de ser usado, excepto quando o prefixo termina em r, como hiper-, inter- e super-. Passa a escrever-se antirreligioso, infrassom, extraescolar, aeroespacial e autoestrada.

«O Governo brasileiro prevê aplicar o Acordo Ortográfico já no final do primeiro semestre de 2008», disse ao Sol Godofredo de Oliveira Neto, presidente da Comissão de Língua Portuguesa do Ministério da Educação do Brasil. O Brasil espera alinhar a decisão com Portugal, já que «há uma relação estreita entre os dois países nesse sentido». Para Oliveira Neto, a unificação da língua «é importante para melhorar o intercâmbio cultural entre os países lusófon...

Brasil (em 2004), Cabo Verde e São Tomé e Príncipe (ambos em 2006) são, até agora, os três países da comunidade lusófona que ratificaram o acordo para uma nova e única grafia da língua portuguesa. Por motivos provavelmente diferentes, Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste ainda hesitam na adesão ao acordo. Mas como a CPLP definiu que a ratificação em três países seria suficiente para a nova grafia passar a vigorar, o Brasil tomou a dianteira, para que em 2008 os livros didá...

«Aqueles que não leem têm como consequência não entrar em contato com novas ideias.» Antes de você pensar que esqueci o trema e alguns dos acentos nessa frase, comece a se acostumar. Apesar de não ter uma data definida, a partir do ano que vem, entram em vigor novas regras na escrita do brasileiro. Entretanto, muito mais do que acentos deixados de lado, trema abolido e regras para o uso do hífen modificadas, a reforma ortográfica trará despesas econômicas, confusões e exigirá muita adaptação ...

Breve história. Em 1931 foi aprovado o primeiro Acordo Ortográfico entre Brasil e Portugal, que não foi posto em prática. Em 1945, o acordo tornou-se lei em Portugal, mas não no Brasil. Em 1975, a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras fizeram um novo projecto do acordo, que não foi aprovado. Em 1986, foi elaborado um memorando. Por esta altura, criou-se em Portugal o chamado Movimento Contra o Acordo Ortográfico. Em 1990 as duas academias elaboraram o «novo» acordo...

«O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que padronizará os oito países da CPLP a partir de 2008, não tem base científica e trará mais transtornos do que benefícios» — defende Luiz Carlos Cagliari, professor do departamento de Linguística da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista, em entrevista à Agência Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
 

Portugal quer adiar por dez anos <br> entrada em vigor do Acordo Ortográfico

Segundo notícia da agência Lusa, com data de 28 de Agosto de 2007, que a seguir se transcreve na íntegra, o Governo português pretende que o Acordo Ortográfico só entre em vigor no país daqui a 10 anos. Em contrapartida, no Brasil, os  livros didácticos aprovados para 2009 contemplarão, já, a ortografia comum para os oito países da CPLP.

 

A imprensa brasileira continua a dar como adquirida a entrada em vigor do Acordo Ortográfico, em 2008. É o caso desta notícia da Follha de S. Paulo, de 20/08/2007, onde se resumem as principais alterações previstas desde 1990. Mudanças que vão entre 0,5% e 2% do vocabulário brasileiro, entre os quais o fim do trema.

Ver também Ortografia da língua portuguesa será unificada + Língua portuguesa terá novas regras