Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Acabo de ler, nas "Controvérsias", um comentário no qual João Carreira Bom se refere, de uma forma a meu ver um pouco desajustada e que rodeia o sentido da minha crítica, ao artigo que publiquei no Top5% WebZine (e que as "Ciberdúvidas da Língua Portuguesa" transcreveram na íntegra, citando incorrectamente a fonte e sem os itálicos e o hipertexto que lhe completavam o sentido). Pretendo por isso, e de um modo breve, esclarecer alguns pontos.

Rui Bebiano, professor da Universidade de Coimbra e autor do texto satírico "Ciberuvas da míngua portuguesa", afirma o seguinte no final desse artigo:

«(...) O português é (...) "língua muito traiçoeira". E é-o de há muito. (...) Que o digam as centenas (...) de autores dos séculos de Quinhentos, de Seiscentos e de Setecentos, que grafavam o mesmo vocábulo de duas ou três formas numa mesma obra, hesitando constantemente nas frases. Numa altura em que já se escrevia um francês langue d´...

   Muitas das palavras que os brasileiros usam em inglês são substituídas em Portugal por equivalentes na língua-mãe. Veja alguns exemplos:

   Aids - em Portugal é Sida, sigla que corresponde à tradução
   Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
   blecaute - apagão
   boy - moço de recados
   cam...

«Desfolhe-se a lista»?
Desfolhar dif. de folhear

Desfolhar significa tirar, arrancar as folhas e folhear quer dizer percorrer as folhas de um livro...

Os relatores e comentadores futebolísticos da rádio e televisão enfrentam, no dia-a-dia profissional, uma tarefa árdua: comunicar o essencial em pouco tempo e poucas palavras. Amadeu José de Freitas, Artur Agostinho e outros, há alguns anos, sabiam ser concisos e rápidos, sem deixar de cultivar uma linguagem chamativa. Eram - Artur Agostinho, felizmente, ainda é - óptimos utilizadores da Língua Portuguesa.
     Diziam frases simples: «Matateu perdeu a bola»; «Germano ...

Se houvesse mais Claras...
Outro atropelo televisivo ao verbo haver

Aconteceu com quem e onde menos se esperava...

A propósito da controvérsia acima referida que tem estado a ter lugar neste interessante e já inestimável espaço, gostaria de dizer o seguinte: sou a favor da simplificação da escrita naquilo que possa estar relacionado com uma mais fácil leitura e comunicação (não confundir com ausência de princípios ou regras, sobretudo no que é estrutural). Nomeadamente de um uso mais parcimonioso e menos reverente das maiúsculas.

…à /Èspó/

O dr. José Hermano Saraiva, no programa da televisão pública portuguesa "Horizontes da Memória", em 30 de Março, deu novos "horizontes" à pronúncia da abreviatura Expo. Não tanto pelo /èspó/ (em vez de Êispu), já registado entre as diferentes formas como numerosas personalidades pronunciam mal esta «palavra». Mas porque o /Èspó/, na eloquência do dr. Hermano Saraiva, nos lembra o cómico «No!» de D. Bártolo no "Barbeiro de Sevilha".

Kinshasa é, a par de Tirana, a capital mais ouvida nos noticiários da rádio e TV das últimas semanas. Pelas mesmas (péssimas) razões, comuns como quase sempre acontece no rodopio informativo internacional feito à medida do-quanto-mais-tragédia-mortes-e-tiros-melhor. Iguais no protagonismo mediático, diferentes porém nos favores da pronúncia. Se quem fala de Tirana não diz "Tirrana" mas Tirana, à portuguesa, porque será que, quando se fala de Kinshasa, só se ouve "Kinshaça" (como se, em português...

Aumentar — Quando este verbo vem seguido de objeto direto (aumentar o capital, aumentar o valor, aumentar o patrimônio) e do quanto houve de aumento, este quanto vem expresso de várias formas: Aumentou a resistência com mais um batalhão — ... os que aumentam de novos cabedais o patrimônio comum. As mesmas variantes de construção podem aparecer em formas passivas: A qual ficou aumentada com mais de dois mil índios — Teve nova edição em 1794, aumentada de mil frases.