Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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A controvérsia à volta da equivalência do bilião levou-nos a procurar estabelecer uma espécie de ponto da situação. No Brasil bilhão, no português europeu bilião têm, de facto, modernamente significado diferente do antigo. Quando eu andava no liceu (já lá vão 60 anos!), o termo queria dizer 'mil milhões' (1 000 000 000), como o francês milliard. Na Alemanha, Espanha e Inglaterra, o ter...

Segundo ensinam as boas gramáticas (que são pouquíssimas…), os nomes terminados em -al fazem o plural em -ais, excepto mal (pl. males, a moeda real (pl. réis) e cal, pois de acordo com alguns pode ter como plural cales e cais.

Surge agora a dúvida quanto a aval. Embora Cândido de Figueiredo e a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira dêem o plural avales, julgamos tratar-se de francesismo desnecessário este plural (em francês é avals).

Como já aqui defendi (cf. Aval, in Respostas Anteriores), a palavra aval provém do francês "aval", cujo plural é "avals". Eis uma justificação, embora de não muito valor, para o plural avales.

Nem todas as palavras terminadas em -al fazem o plural em -ais como é o caso, por exemplo, de mal, males.

Entretanto, há mel, que, além do plural méis, possui também o plural meles. E fel faz no plural feles. O melhor é deixar, pois, passar o tempo, até que o uso escolha uma das formas: avales ou avais.

A questão da norma linguística associada à determinação do que deve ou não ser considerado erro é terreno movediço falho de um poder regulador. Alguns linguistas - quais visitantes alienígenas - fazem questão de se insurgir contra qualquer possível iniciativa reguladora, pretendendo que aqueles que tentam determinar o que é erro estão de costas voltadas para a «realidade dinâmica da língua» (que, aliás, nunca esclarecem em termos práticos), que se apropriam indevidamente de um poder que é de ...

Carlos Sousa Ferreira (cf. Ainda sobre black-out com ou sem hífen) contestou uma minha resposta, onde defendi que as letras k, w e y não pertencem ao nosso alfabeto. Vejamos:

1.a) Diz Rebelo Gonçalves no seu "Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa" que as tais vinte e três letras são «letras fundamentais». Se são fundamentais, as outras três (k, w e y) não pertencem ao fundamento da nossa grafia. Ficam, pois, à parte.

Por Ciberdúvidas

Esta secção serve para realçar desvios às normas de português supostamente em vigor nas escolas - quando cometidos em público e, de preferência, por figuras públicas.
     Ciberdúvidas, que tem suscitado milhares de consultas, é neste assunto uma «figura pública» de responsabilidade acrescida. Por isso, quando erra no que não pode, merece um lugar especial no "Pelourinho".
     Temos assinalado falhas nossas: pela correcção de respostas ant...

É conhecida a apetência especial do ex-Presidente português, Mário Soares, em falar francês com pronúncia portuguesa. Por exemplo, Mitterrand ("mon ami Mitterrand"), ele diz sempre: "Mitterand", como se Mitterrand se escrevesse só com um r e mal tocando no r. É uma opção, um estilo, uma marca distintiva que só fica bem a um lusófono ainda com responsabilidades públicas.
     Choca, por isso, só por isso, vê-lo dar assim o dito pelo não dito na inversa, i...

O correspondente que assina Carlos Sousa Ferreira (CSF) começa por imputar a Ciberdúvidas uma afirmação inexistente: «Em inglês, não há "black-out" com hífen». Procure-se nas Respostas Anteriores! CSF delirou. Ou, então, está de má-fé.

Animado pela energia da imaginação, CSF «ensina-nos» a diversidade da língua inglesa e, a seguir, tenta demonstrar que o reputado helenista e latinista Rebelo Gonçalves - só pelo facto de ter admitido a sua utilização em casos especiais - autorizou o ...

Isto são minidúvidas, mas não se pode dizer sem mais nem menos que em ingês não há black-out com hífen. Na realidade, o inglês, tal como o português, o espanhol, o francês, o alemão e o sueco (e, provavelmente, algumas outras que eu desconheço), são línguas que registam diversidade de grafias consoante as unidades geopolíticas que as utilizam. Ignoro a grafia australiana, sul-africana, etc. Mas sei que em inglês de Inglaterra, ao contrário do inglês norte-americano, é norma a utilização do hí...

Sobre dois erro muito recorrentes: "encapuçados", em vez de encapuzado(s), e o plural de aval.