O recorrente /écspò/ na televisão portuguesa
O recorrente /écspò/ na televisão portuguesa
As responsabilidade acrescidas na preferência pelo idioma nacional.
Sexta-feira, 9 de Janeiro, 10 horas da noite. Zarpo dos canais televisivos portugueses de maior audiência, que davam ... programas para grandes audiências. Pensava eu estar a fugir de indigências (rima mas não é verdade, já vão ver porquê). Encalho na TVI, no último episódio de uma série americana chamada "The Pretender", e fico por ali a ver no que dão as desventuras de Jarod.
As cenas vão correndo, com o "genérico" justaposto, e ainda este não está completo quando surge ...
Agradecendo, antes de mais nada, os amáveis votos do consulente Pedro Thomaz (cf. "E o -ita de Jesuíta?!), que retribuímos, cumpre-nos acrescentar o seguinte ao que já aqui foi dito (cf. Islão também com acepção étnica).
Sábado, 3 de Janeiro, na TVI. Por acaso, por volta das 15 horas liguei a televisão e estava passando o programa Feedback. Era uma entrevista com o grupo irlandês The Korrs. À primeira resposta, a tradução usou uma conjugação que me é desconhecida: «ir-mos». Três legendas mais tarde, apareceu outra pérola: «expor-mo-nos» (sic). Imediatamente desliguei a televisão.
Não há como cobrar responsabilidades por estas barbaridades? Ninguém responde pela ignorância encartada? Será que...
Islão não é só uma religião; a "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira" traz, em segundo lugar, esta acepção, de carácter étnico: "Conjunto dos povos ou dos países muçulmanos". Portanto, não há qualquer racismo na afirmação, pelo menos não era essa a minha ideia! É interessante ainda acrescentar que a mais recente edição (1997) do "Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa" escreve para definir o islame, como segunda acepção igualmente: "O mundo do muçulmano; o conjunto dos povos de c...
Na resposta de F.V.P.F.(cf. Respostas Anteriores), sob este título, é afirmado que o sufixo -ita tem sentido étnico, o que justificaria a sua utilização para obter o derivado de "Islão". Desculpar-me-ão, mas esta argumentação parece-me ser inaceitável, pois o "Islão", que eu saiba, não tem qualquer conotação étnica: é uma religião seguida pelas mais variadas etnias.
Concordo com a doutrina expendida pelo dr. Peixoto da Fonseca no texto aqui ao lado, mas há aqui um pequeno pormenor que é conveniente levar em conta: em "a maioria" / "a maior parte", está presente o artigo definido no singular, o que nos obriga a pôr o verbo no singular. Em 25% dos alunos ficaram em casa, não está presente o artigo definido. Se estivesse, o verbo teria de ir para o plural: "Os 25% dos alunos ficaram em casa".
Como não está presente podemos dizer "25% dos alunos ficou".
Como respondi em duas respostas anteriores ("25% dos alunos ficou em casa"), para casos análogos, sobejamente conhecidos, a "Sintaxe Histórica Portuguesa", de A. Epifânio da Silva Dias, diz que se pode (e não que se deve!) usar o verbo no plural.
As férias de Ciberdúvidas só significam uma coisa: complacência com as asneiras praticadas na nossa língua. Está certo, vocês querem uma folga. Mas custava arrumar alguém que ficasse de banco (plantão, no Brasil), para responder às dúvidas natalícias ou às calinadas de fim de ano?
Vou ter de aguentar expressões como "pais natal" (no lugar de pais natais -- os papais noéis de Portugal), "curriculuns" em vez de currículos ou curricula (em latim), como se ouviu n...
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