Apesar de concordar com a explicação dada por José Neves Henriques à questão «esse» versus «este», a mim também assaltam as dúvidas quanto à utilização no caso da tradução "site"/página.
O consulente escreveu para a página que estava à sua frente no computador – assim como estaria à frente de uma pessoa do outro lado do mundo. Portanto, escreveu para esta página – em substituição de para os responsáveis pela página em questão –, por uma questão de proximidade. Mas também pode ter escrito para essa página, que está distante. Uma vez mais, a ubiquidade (ubiqüidade, no Brasil) e a virtualidade da Internet prega-nos peças (em Portugal, as suas partidas).
Para aumentar a confusão, Napoleão Mendes de Almeida, na entrada Este, Esse, Aquele (Dicionário de Questões Vernáculas, São Paulo, Caminho Suave Editora, 1981, pág. 197/8) indica outros usos dessas duas palavras que podem se aplicar ao caso:
«2. Os demonstrativos este e esse têm também a seguinte propriedade de indicação: este apresenta a coisa que se pretende mostrar, coisa desconhecida ou coisa que se tem na frente de quem fala ou mais perto do que outras já citadas ou tratadas; esse indica coisa já apresentada, conhecida...»
«3. Outras vezes, em lugar de esse emprega-se este para referir-se, em confronto com outras, a coisa mais presente, mais do momento, mais à mão, embora já apresentada, já conhecida: "Não foi este o livro que mandei comprar. (...) Este assunto não me agradou."»