Pelourinho Não aprender com o "aprendestes"… «Que é que hoje aprendestes? Lembras-te?», ouviu-se à jornalista da RTP-11, autora de um peça sobre o autismo, em diálogo com uma menina afectada pela doença. O que a jornalista devia ter dito era «O que é que tu hoje aprendeste?», sem s a terminar a forma verbal, e não esse erro, frequente na linguagem oral, em que os falantes fazem analogia com a 2.ª pessoa do singular da generalidade dos tempos verbais. Maria Regina Rocha · 21 de fevereiro de 2007 · 4K
Pelourinho Para além do erro e do desleixo O erro – ou, antes, o desleixo – na grafia dos números ordinais espalhou-se como o óleo despejado por um petroleiro no mar alto. É nos jornais, nas legendas da televisão e do cinema1, em romances de nomeada, até em manuais escolares – e de Português, inclusive. Não se esperava, convenhamos, é que a contaminação atingisse também os organizadores de mais uma edição do Camp... José Mário Costa · 21 de fevereiro de 2007 · 2K
Pelourinho // Mau uso da língua Demais dif. de de mais Uma confusão recorrente Demais ou de mais? é uma das dúvidas – e confusões – mais frequentes no português corrente, razão, de resto, de permanentes perguntas de quem consulta o Ciberdúvidas. Vejamos esta dúvida de um leitor do jornal 24 Horas1: «Nenhuma vida é demais» ou «Nenhuma vida é de mais»? Maria Regina Rocha · 19 de fevereiro de 2007 · 88K
O nosso idioma // Tabuísmos Semiótica do palavrão A particularidade dos tabuísmos no Porto Em nenhum outro lugar de Portugal fala um português tão rico como no Porto — escreve neste artigo* o jornalista e escritor Paulo Moura, sustentando como, aí, «os palavrões não são obscenos: são uma arte e uma filosofia». ¹ in jornal Público de 18/02/2007 Paulo Moura · 18 de fevereiro de 2007 · 5K
Pelourinho Quem + verbo no singular «Quem o atacou sabia onde morava e fizeram-lhe uma espera», escrevia-se no jornal 24 Horas de 15 de Fevereiro p. p., numa notícia sobre a agressão a um sargento da GNR. Escrevia-se mal: o sujeito quem leva o verbo para a 3.ª pessoa do singular: «Quem o atacou sabia onde morava e fez-lhe uma espera.» Maria Regina Rocha · 16 de fevereiro de 2007 · 2K
Pelourinho «Começam a desenhar-se os contornos» «Começa agora a desenhar-se os contornos da nova lei: período de reflexão curto, não há aconselhamento obrigatório e esta tónica de que o ministro da Saúde, pelo menos, quer que os abortos sejam feitos, prioritariamente, no Serviço Nacional de Saúde.» Nesta frase1, o verbo começar deverá ir para a 3.ª pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, que está no plural («os contornos da nova lei»): «Começam agora a desenhar-se os contornos da nova lei.» TVI Maria Regina Rocha · 16 de fevereiro de 2007 · 3K
Pelourinho «Telenovela cuja estreia está prevista para Novembro» «O título provisório da história, que está prevista estrear em Novembro na Globo.» Errada esta construção.1 Trata-se de uma história, melhor dizendo, de uma «telenovela, cuja estreia está prevista para Novembro, na Globo». Maria Regina Rocha · 15 de fevereiro de 2007 · 3K
Pelourinho Atordoados por uma atoarda de MST Atordoada = Adormecida, Estonteada, Entontecida, Insensibilizada, Maravilhada, Pasmada Atoarda = Boato, Rumor, Toada, Galga O ex-presidente do Benfica João Vale e Azevedo utilizou uma vez, numa entrevista televisiva, a palavra atordoada com o sentido de atoarda e veio mais tarde penitenciar-se pelo erro, mera dislexia pontual no calor da argumentação. João Querido Manha · 13 de fevereiro de 2007 · 3K
Controvérsias // TLEBS A pátria dele era a língua portuguesa Parece que só os academicamente autorizados podem decidir sobre estas terminologias cabalísticas. Os responsáveis por um dos lugares onde a gramática é mais perdurante, os escritores, não parecem ter habilitações académicas para se pronunciar. Agustina não consta que, ainda que académica, tenha habilitações académicas suficientes. Herberto Helder não deve ter nenhumas. Um semelhante deles emitiu uma frase de que os políticos gostam e vem mais ou menos reproduzida no título do que escrevo. Joaquim Manuel Magalhães · 11 de fevereiro de 2007 · 5K
Pelourinho Entre aspas Dar um título a um texto não é tarefa fácil. Se esse texto for um texto de jornal, ainda menos. O título da notícia balança-se entre duas funções antagónicas: por um lado, deve servir de resumo do texto; por outro, deve esconder parte do seu conteúdo, criando no leitor a necessidade da leitura integral. Neste equilíbrio há um factor que é coadjuvante: a forma gramatical do título, sempre lacunar, ao dispensar artigos, preposições e reduzindo os verbos às formas de presente ou de partic... Ana Martins · 9 de fevereiro de 2007 · 5K