Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Palavras para uma cidade

Num tom leve, em jeito de história, José Saramago evoca as palavras primeiras que deram nome a Lisboa, conduzindo-nos ao passado longínquo anterior à chegada dos Romanos até ao topónimo por que é reconhecida nos nossos dias. 

 

Na sequência da suspensão do Acordo Ortográfico no CCB, o seu presidente assina este artigo  no Diário de Notícias de 8 de fevereiro de 2012.

Num esgar de arrogância despeitada, o Prof. João Malaca Casteleiro diz ao Expresso de sábado [4/02], sobre a minha tomada de posição contra o Acordo Ortográfico: "É um autêntico disparate e uma atitude mesquinha, revelando espírito de vingança. Quem vai pagar estes custos?".

«Cerca de 146 detidos! A coisa é grave. Além deles, há 52 pessoas feridas! Portanto, os detidos não são pessoas», comenta o antigo diretor da agência de notícias Lusa, na coluna que assina às sextas-feiras no diário português i, sobre o mau uso da língua nos media portugueses.

 

Crónica do autor, na sua coluna no jornal "Público" de 6/02/2012, a propósito do cancelamento do Acordo Ortográfico no Centro Cultural de Belém em Lisboa, ordenado pelo seu novo presidente, Vasco Graça Moura.

 

A brigada do asterisco

Comentário do embaixador português em Paris à suspensão da aplicação do Acordo Ortográfico no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, ordenada pelo seu novo presidente, Vasco Graça Moura. No blogue do autor, duas ou três coisas.

 

 

Desde 1 de janeiro, os serviços públicos [portugueses] estão, no cumprimento da lei, obrigados a utilizar o novo Acordo Ortográfico, em toda a sua documentação.

A questão prende-se, obviamente, com aquele «no», contração da preposição «em» com o artigo «o», porque lufa-lufa é um substantivo feminino e não masculino. O corretor que utilizo assinala o erro. Certamente que o do jornalista que fez a transcrição da entrevista também.

Por Virgílio Dias

1.Verbo modalizador e copulativo

O verbo parecer apresenta claros traços de modalizador: ele revela uma atitude hesitante ou duvidosa do sujeito.  Para quem tem dúvidas, ou é tímido, as coisas não são: parecem.

Mas Manuel Bana saudou-o de longe e pareceu-lhe reservado (V.Nemésio, Mau Tempo…, p.124)

Procurei até a D. Carolina Amélia, que não ia longe disso…Depois pareceu-me virada (idem, 155)

Embora haja autores que equacionam a possibilidade de o verbo parecer, em frases destas, seleccionar um complemento directo (e não um sujeito), como não são referidos argumentos que justifiquem a categorização do verbo parecer como transitivo directo, considero que, na frase «Parece-me que estou ouvindo S. Mateus.» (reduzi a frase original ao essencial), a oração «que estou ouvindo S. Mateus» desempenha a função sintáctica de sujeito do predicado «parece-me».

A consulente Rute R. perguntou ao Ciberdúvidas:

«Agradecia que me esclarecesse qual é a função sintática de «que estou ouvindo a S. Mateus» em «Parece-me que estou ouvindo a S. Mateus, sem ser apóstolo pescador, descrevendo isto mesmo na terra».

Sandra Duarte Tavares respondeu que é complemento direto:  «Parece-me + complemento direto».

O professor Virgílio Dias discordou, sustentando «A inaceitável hipótese transitiva do verbo parecer».

V. ACONTECER

(1)    Aconteceu uma tragédia.

(2)    Aconteceram várias tragédias.

(3)    Aconteceu que ela abandonou os filhos.

O v.  acontecer é um verbo de um lugar, i.e., seleciona apenas um argumento, o qual desempenha a função de sujeito (veja-se a concordância em 2). Este pode ser nominal (cf.1 e 2) ou frásico (3).

V. HAVER

(4)    Houve uma tragédia.

(5)    Houve várias tragédias.

(6)    * Houve que …