Não raro é encontrarmos em anúncios na rua , em Portugal, frases como «Novo mood, novo look», por exemplo, em alusão às novidades trazidas pela Rádio Comercial, como o logótipo, ou «Mãe, no need to freak out. Se não está nos files, deve estar na cloud. Já checkaste?», como publicidade ao Wall Street Institute.
Ora, se num dos casos falamos de uma escola de língua inglesa, o outro nada tem a ver com o assunto de se ensinar línguas estrangeiras, pois mais não é que uma rádio portuguesa. Ainda assim, em ambos os casos, o inglês está presente na publicidade espalhada pelas ruas.
Será, então, que nos podemos questionar se o uso do inglês, em campanhas publicitárias, não é imprescindível?
A resposta a esta questão não pode ser tão taxativa, porque há sempre diversas questões a ter em conta quando se trata de publicidade. De facto, o uso do inglês em campanhas de marketing pode ser eficaz em muitos casos, mas, ainda assim, deve ser cuidadosamente considerado e planeado, não só com base no público-alvo, como nos objetivos da campanha publicitária. Em casos como o do Wall Street Institute, em que se pretende promover cursos de inglês, o uso do inglês parece ser uma boa escolha, porque, não só promove automaticamente o seu produto, como o público a quem se destina entenderá a piada. Já em casos como o da Rádio Comercial, parece ser facultativo o uso do inglês. Aqui, estamos perante um produto nacional que não visa, à partida, atingir um mercado internacional, mas, sim, local e, por isso mesmo, a opção por slogans em português talvez fosse mais apropriada.
De facto, mais do que criticar o uso da língua inglesa em campanhas publicitárias em Portugal, deve tentar entender-se se esta opção trará vantagem à campanha. É que na esmagadora maioria dos casos em que isto acontece poderíamos ter um texto integralmente em português, acessível a todos quantos não são proficientes em língua inglesa.