Os falares da vasta região do Alentejo, que ocupa grande parte da metade sul de Portugal, guardam usos característicos que refletem antigas vivências rurais. Do ponto de vista lexical, a riqueza é enorme, como atesta o fado Mestre Alentejano (letra de João de Vasconcelos e Sá), cantado pelo fadista António Pinto Basto e que se pode ver aqui, no programa Portugal no Coração, emitido pela RTP 1, em janeiro de 2013.
No consultório, olhamos para os valores explicativos e causais das conjunções porque e que, apresentamos um caso de contração da preposição de com artigo definido, avaliamos o neologismo "champanharia"/"champanheira", mostramos a translineação da palavra paisagem, analisamos uma construção com o verbo auxiliar ir seguido de gerúndio e, por fim, definimos o uso das locuções «seja como for» e «fosse como fosse». Na rubrica O Nosso Idioma, Edno Pimentel explica porque a famosa e arrevesada expressão «fi-lo porque qui-lo» não é de recomendar (texto original publicado no jornal angolano Nova Gazeta, em 2/10/2013).
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Entretanto, volta a ouvir-se nos canais de televisão portugueses a palavra mídia, à qual se atribui o género feminino em dicionários do Brasil, que a descrevem como adaptação direta do uso inglês de media (leia-se o artigo de Sérgio Rodrigues no blogue Sobre Palavras, associado à revista brasileira Veja). Lembramos que em Portugal continua a preferir-se a forma latina media, em itálico, e pronunciada "média", a qual se emprega no género masculino e no plural: «os media.»
O que não se aceita é «os mídia», ou «plataforma media», a soar «plataforma mídia» – e muito menos cluster media, como se ouve em inglês numa reportagem do Jornal da Tarde (23´39´´) de 3/10/2013, na RTP 1, para referir o que poderia denominar-se «grupo de parceiros tecnológicos» (como, alíás, – faça-se justiça – a própria jornalista propõe).
A propósito de mídia/media, sugerimos a releitura das seguintes respostas em arquivo:
No programa Língua de Todos de sexta-feira, 4 de outubro (às 13h00*, na RDP África; com repetição no sábado, dia 5, depois do noticiário das 9h00), Sandra Duarte Tavares, consultora do Ciberdúvidas, esclarece algumas dúvidas recorrentes. O Páginas de Português, na edição de domingo, 6 de outubro (às 17h00*, na Antena 2), convida o professor Guilherme de Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura; incluem-se ainda a rubrica Palavrose, de Ana Martins, e a leitura do poema Cântico Negro, de José Régio (1901-1969).
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