Reagindo à maneira como, na televisão pública portuguesa, o Jornal 2 (RTP2) tratou em 11 de maio p. p. o tema da entrada em definitivo da nova ortografia no país – com uma peça jornalistica emitida também nos demais canais da RTP, eivada de imprecisões factuais e muita confusão sobre o objeto concreto do Acordo Ortográfico –, a professora universitária Margarita Correia (vice-presidente do Centro de Estudos de Linguística Aplicada-Instituto de Linguística Teórica e Computacional), entrevistada nessa em direto nessa mesma emissão, reclamou junto do provedor do Telespetador da RTP, Jaime Fernandes, que a ouviu no programa Voz do Cidadão, de 30 de maio p.p.1 Aqui fica (e na rubrica Acordo Ortográfico) o registo das suas críticas e reparos à referida peça.
Disponível aqui.
1 Nos reparos à peça em causa, segundo a qual só Portugal aplicava o Acordo Ortográfico e apenas quatro países o tinham ratificado até à presente data (outro erro, porque se trata de seis: Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste), Margarita Correia incorreu num lapsus linguae, ao falar em ratificação, em vez de assinatura. Foi o que aconteceu, de facto, no ato oficial, ocorrido em Lisboa a 22 de setembro de 1990, com a assinatura da aprovação do Acordo Ortográfico pelos representantes dos então sete países lusófonos (Timor-Leste, ainda não independente, só o subscreveria posteriormente, em 2004) – e não a ratificação propriamente dita. Ainda sobre esta contestação, leia-se o comentário Sobre pessoas que nunca mais devem pôr os pés na RTP. no blogue A Lâmpada Mágica, de Jorge Candeias.
Ainda sobre o Acordo Ortográfico e a sua entrada em vigor, em pleno, em Portugal, a 13 de maio p.p., deixamos também disponível na respetiva rubrica o debate Novo acordo com prós e contras realizado pela Antena 1 nesse mesmo dia, com a participação do académico e dicionarista Malaca Casteleiro (um dos autores do AO), o professor Luís Filipe Redes (da Associação de Professores de Português, que defende a adoção das novas regras do português escrito) e, na posição diametralmente oposta, o diretor adjunto do jornal Público, Nuno Pacheco.
O envio de questões ao nosso consultório encontra-se suspenso, de modo a criar condições para a mudança do Ciberdúvidas para o servidor do Instituto das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE-IUL) e para a melhoria do seu aspeto gráfico. Esta reestruturação, para a qual pedimos a compreensão dos nossos consulentes, será aqui abordada em pormenor dentro em breve. Entretanto, para assuntos que não digam respeito a dúvidas linguísticas, recomendamos a utilização dos contactos aqui indicados. E não deixaremos de pôr em linha perguntas que ainda aguardavam publicação e artigos que mereçam ser divulgados nas demais rubricas. É o caso deste dia, com o vídeo que já referimos e com a entrada de novas respostas – duas sobre neologismos (eco-hidrologia e utência) e uma terceira, sobre a diferença entre trecho e troço.
O programa Língua de Todos de sexta-feira, 5 de junho (às 13h30*, na RDP África; com repetição no dia seguinte, às 9h10*), convida o novo presidente da Sociedade da Língua Portuguesa, o escritor Francisco Moita Flores, a falar acerca de possíveis projetos entre esta entidade e instituições culturais dos países africanos de língua oficial portuguesa. O Páginas de Português de domingo, 7 de junho (na Antena 2, depois das 17h00*), entrevista a professora Ana Lúcia Curado, presidente do conselho pedagógico do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho, a propósito do seminário realizado nesta instiutição em 22 de maio p. p., com o título As 24 Línguas da União Europeia: Desafios e Potencialidades, e do papel que o português tem na mesma; participam também no programa o professor João Costa, da Universidade Nova, que é ouvido sobre os cortes no financiamento para a investigação nas ciências sociais e humanas, e a professora Regina Rocha, para um balanço crítico sobre os exames que se realizaram no 4.º e 6.º anos de escolaridade.
* Hora oficial de Portugal continental.