Aberturas - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Aberturas
Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. Foi um acontecimento da maior importância para a Língua Portuguesa o que se realizou na semana ora finda. Nas instalações da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, decorreu o XX Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística [APL], que juntou vários estudiosos do nosso idioma comum. A APL – presidida pela professora universitária Maria Helena Mira Mateus – publica todos os anos as Actas destes encontros, obras imprescindíveis para quem pretenda investigar a história, o funcionamento e perspectivas evolutivas da língua portuguesa.


2.
Como eco destes dias fica também a hipótese, aventada por alguns órgãos de comunicação social, de o crioulo poder vir a ganhar o estatuto de língua oficial de Cabo Verde, em paridade, portanto, com o português. A solução, perfilhada há muito por amplos sectores intelectuais e políticos cabo-verdianos, só pode ser encarada no restante mundo da lusofonia como se lhe referiu o ex-ministro da Educação português Guilherme d'Oliveira Martins, em artigo no “Jornal de Letras”, do dia 13 p.p.: «Longe de ser uma ameaça à afirmação da língua portuguesa, como elo e como factor de diálogo e de comunicação entre culturas, o reconhecimento da identidade dos crioulos e do seu lugar nas escolas constitui um factor de maturidade cultural e de enriquecimento mútuo».

Por José Manuel Matias/José Mário Costa

1. Depois da habitual interrupção que fazemos todos os anos no Verão, Ciberdúvidas retoma nesta data as suas actualizações diárias. Lamentavelmente, não foi ainda possível regressarmos com o novo grafismo concebido pelo “designer” Henrique Cayatte, dada a necessidade da sistematização prévia de todo o arquivo do Ciberdúvidas – actualmente, com mais de 15 000 textos acumulados nestes 7 anos – segundo categorias temáticas. Este trabalho, apoiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, corresponderá a uma melhoria significativa do nosso mecanismo de pesquisa para quantos, por esse mundo fora, querem saber sempre mais sobre a Língua Portuguesa. Sendo no entanto uma tarefa tecnicamente bem mais complexa do que esperávamos, só a deveremos poder ultimar no início do próximo ano. Nessa altura, surgirá então, simultaneamente, o novo grafismo e a nova arrumação do Ciberdúvidas.



2. Nestas férias de Verão, deu-se um acontecimento da maior relevância para o nosso idioma comum. Na V Conferência dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, foi aprovado o segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico. A Cimeira da CPLP aprovou uma nova reda(c)ção do Artigo 3 do Acordo Ortográfico, especificando-se, agora, que, para a sua entrada em vigor, bastará a ratificação de três Estados lusófonos, e já não de todos os Estados integrantes da CPLP, como impunha o documento aprovado em 1990. Assim, logo que o Brasil, Cabo Verde e Portugal, os únicos países cujos parlamentos até ao momento ratificaram o Acordo Ortográfico de 1990, fizerem o mesmo quanto a este segundo protocolo assinado agora em S. Tomé e Príncipe, teremos então em vigor uma ortografia comum para os oito países de língua oficial portuguesa.



3. Para esta questão tão importante para a lusofonia, chamamos a atenção para a reflexão do nosso consultor D’ Silvas Filho, em linha na rubrica O Português na 1.ª Pessoa. Independentemente do debate mais alargado que Ciberdúvidas não deixará de acolher, seja entre os seus colaboradores e consulentes, seja do que se for produzindo na imprensa em geral, permita-se-nos a relevância, para já, dos seguintes pontos:



a) Passando o Acordo Ortográfico a vigorar, a médio prazo, no Brasil, em Cabo Verde e em Portugal, espera-se que os restantes países lusófonos não se alheiem do assunto, como o fizeram durante esta quase década e meia entretanto decorrida.


b) O Acordo Ortográfico de 1990 estipulava que, até 1993, os países signatários, através das respectivas instituições e órgãos competentes, tomassem as providências necessárias para a elaboração de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, no campo das terminologias científicas e técnicas. Muito pouco se fez nesse sentido, infelizmente – a despeito, mesmo assim, de algum trabalho realizado pela Academia de Letras do Brasil.


c) No caso de Portugal: será que as entidades oficiais competentes têm algum plano para a actualização dos dicionários editados, alguns até muito recentes e de grande fôlego? São, entre vários outros, os casos do Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, do Grande Dicionário da Porto Editora, ou dos brasileiros Houaiss e Aurélio XXI, que ficarão ortograficamente desactualizados com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico.


d) E quanto a toda a outra restante a(c)tividade editorial, desde os livros em geral aos jornais, etc., que período de transição está previsto para esta reforma ortográfica do português?


e) Finalmente, ainda e só no caso de Portugal: como será feita a divulgação do Acordo Ortográfico junto das escolas?

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Ao contrário do previsto, Ciberdúvidas só volta às suas actualizações diárias, em Outubro, logo na primeira segunda-feira, dia 4.

Ficam entretanto em linha 61 novas respostas, assim como tudo o resto que integra o arquivo do Ciberdúvidas: à volta, já hoje, de 15 mil temas, dos mais variados sobre o que têm sido estes quase oito anos de esclarecimento, informação e debate centrados na nossa comum língua portuguesa. À mercê, apenas, da activação do motor de busca.

Por José Manuel Matias/José Mário Costa

Vamos interromper as actualizações diárias do Ciberdúvidas nesta sexta-feira, dia 16. É o habitual período de férias do Verão em Portugal. Além do descanso merecido dos nossos estimados consultores e de quem assegura o funcionamento deste espaço de esclarecimento, informação e debate permanentes sobre a Língua Portuguesa, aproveitaremos também a interrupção, até 20 de Setembro, para, finalmente, concretizarmos a prometida remodelação gráfica concebida pelo “designer” Henrique Cayatte, em colaboração com o SAPO.

As perguntas por responder, assim como as que nos chegarem entretanto em tempo útil, serão colocadas em linha até ao dia 16. Todas as que chegarem posteriormente terão resposta depois do regresso do “novo” Ciberdúvidas, em Setembro. Até lá, fica tudo o resto – e é já tanto, e tão diversificado... Basta recorrer ao motor de busca.

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Ciberdúvidas beneficiou de um subsídio do Ministério da Cultura para apoio de parte das despesas do presente ano, inerentes ao serviço gratuito prestado a todos quantos, por esse mundo fora e na celeridade só possível via Internet, amam e se interessam por saber mais sobre a Língua Portuguesa. Resultante da intervenção pessoal do ministro Pedro Roseta – ele próprio, como nos confessou, um visitante assíduo deste sítio único em toda a lusofonia –, quebrando o que, infelizmente, foi a regra de todos os seus antecessores ao longo destes quase oito anos de existência do Ciberdúvidas, não queremos deixar de dar-lhe aqui o devido registo (e agradecimento) público.



P.S. – Uma anomalia técnica na ligação à Internet do Ciberdúvidas, nas instalações cedidas pela Universidade Lusófona, em Santa Clara, Lisboa, impediu a recepção, ao longo da semana ora finda, do habitual fluxo de perguntas e mensagens para o nosso consultório. Pelo facto, a que somos completamente alheios, apresentamos as nossas desculpas.

Por José Manuel Matias | José Mário Costa

Nestes dias da realização do Euro 2004 em Portugal e do encantamento dos portugueses com o excelente comportamento da sua selecção nacional – ainda por cima após um início tão titubeante que até levou a trocar-se as voltas do moral dos comandados por Luiz Filipe Scolari... –, porque não uma viagem pelo futebolês mais desregrado e de alguns remates ao lado... da gramática?...

Por José Manuel Matias/José Mário Costa

De visita a Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor e Prémio Nobel da Paz, José Ramos Horta, deu uma longa entrevista à revista de assuntos internacionais “O Mundo em Português”, onde abordou a questão da Língua Portuguesa no seu país.

Destas declarações de Ramos Horta, sublinhe-se o seguinte:


1) O empenho diplomático de Portugal durante três décadas pela causa de Timor foi uma grande vitória moral, tornou possível o aparecimento de um espaço lusófono na Ásia e tornou ainda possível que a liderança política timorense reintroduzisse o português como uma das duas línguas oficiais do novo país;


2) Não foi uma decisão fácil;


3) Apesar da autoridade moral da acção de Portugal, houve uma enorme resistência por parte da anglofonia (uma referência não explícita à Austrália) e da nova geração timorense que fez cursos universitários na Indonésia, dominando por consequência o bahasa e o inglês;


4) Esta corrente timorense não teve coragem de defender o bahasa como língua oficial, mas bateu-se para que o tétum fosse a única língua oficial;


5) Se tal acontecesse, o inglês entraria subtilmente e acabaria por eliminar os últimos vestígios do português em Timor.



Declarações importantes, estas, de José Ramos Horta. Resta só saber se as autoridades portuguesas vocacionadas para a difusão e promoção do português no estrangeiro estão conscientes de que a adopção da Língua Portuguesa como língua oficial de Timor não preserva unicamente a identidade histórica e cultural dos timorenses; garante-lhes igualmente a memória histórica de Portugal, que eles tanto cultivam.



Porque a verdade é esta: sem a ajuda de Portugal, material mas acima de tudo em recursos humanos, a afirmação em Timor da língua de Camões, Craveirinha e Jorge Amado não passará de um sonho de Ramos Horta e seus companheiros que alcançaram a independência depois de quase 30 anos tão sofridos. Deles e de todos os lusófonos.



P.S. – Está-se a escrever e a falar cada vez mais desleixadamente nos órgãos de comunicação social portugueses? Se avaliarmos pelo que damos conta no Pelourinho, no Correio e por uma série de perguntas-protesto mais recentes sobre o tema, apetece glosar como na política: o que parece é...

Por José Manuel Matias/José Mário Costa

Devido ao feriado nacional de 10 de Junho, em Portugal, Ciberdúvidas antecipa o fim-de-semana, regressando só na próxima segunda-feira, dia 14, com as suas actualizações diárias. Voltaremos, então, a responder a todas as dúvidas de todos os que querem saber mais sobre a língua portuguesa. Aproveitamos para renovar o pedido aqui deixado expresso há uma semana: importa confirmar, sempre, previamente, no pesquisador, se a pergunta não se encontra já esclarecida (e, portanto, permanentemente em linha nas Respostas Anteriores ou nas restantes nove áreas temáticas do Ciberdúvidas).

Em linha, e a propósito justamente do 10 de Junho, fica, entretanto, a partir desta data, o texto O Dia da Língua do jornalista português Carlos Magno. Pelo que propõe, não deixará de interessar todos os lusófonos e, em particular, os portugueses que prezam a sua língua.

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Um grande número de perguntas já respondidas no Ciberdúvidas, e não raro até várias vezes, continua a chegar-nos diariamente. É regra do Ciberdúvidas não deixar de responder individualmente a esses seus consulentes, lembrando-lhes o procedimento prévio que vem resumido no texto, que mantemos permanentemente em baixo, Veja nas Respostas Anteriores.

É o que voltamos a repetir, aqui e agora: antes de nos remeter qualquer pergunta, prezado consulente, procure no motor de busca se a dúvida não se encontra já esclarecida entre as cerca de 14 mil respostas e outros textos que, à data, constam do arquivo do Ciberdúvidas. Basta colocar no re(c)tangulozinho da primeira página, logo a seguir aos destaques do dia, a palavra, expressão ou o tema pretendidos: pontuação, pronúncia, preposição, pronome, colectivo, diminutivo, etc.,etc., etc. E atenção à indispensabilidade do nome e apelido, a profissão, se possível, e a cidade ou país de onde se está a aceder ao Ciberdúvidas…

... E bem hajam todos os que querem saber sempre mais sobre esta nossa «língua de oito pátrias»!

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Acaba de ser lançado em Lisboa o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, uma edição de assinalável fôlego linguístico no panorama editorial português, sob a chancela da Porto Editora. Durante dois anos, e com a utilização das mais avançadas tecnologias, a vasta equipa de lexicógrafos e consultores da Porto Editora desenvolveu um imenso esforço no sentido de incluir, num só volume, o maior número de palavras, bem como de privilegiar o tratamento exaustivo e rigoroso de cada uma delas. Uma particularidade é o registo de várias pronúncias por cada vocábulo referente às diversas áreas da actividade humana e às inúmeras variantes regionais e nacionais do espaço lusófono, desde os regionalismos aos brasileirismos e africanismos, bem como a indicação das siglas e abreviaturas cada vez mais utilizadas no nosso quotidiano.

Depois das edições da Academia das Ciências de Lisboa, Houaiss e Aurélio Século XXI, ficamos todos ainda mais enriquecidos com outro grande, de facto, dicionário da Língua Portuguesa.