As perguntas dos consulentes do Ciberdúvidas revelam as eternas e tão quotidianas preocupações de quem fala uma língua com grandes tradições culturais de novecentos anos. Foi o que aconteceu na semana que ora termina.
Uns preocupam-se com questões ortográficas, como as regras da translineação; e o Ciberdúvidas responde-lhes, porque tais regras existem segundo princípios que permitem a unidade do espaço linguístico do português.
Outros querem saber qual é a pronúncia desta ou daquela palavra, porque alguém lhes fez um reparo ou porque a pronúncia de uma dada região os intrigou. E o Ciberdúvidas mostra que há padrões de pronúncia, ao mesmo tempo que regista variações regionais, que podem ser aceites, sem pôr em causa a inteligibilidade mútua.
Muitos desejam refle(c)tir sobre a língua: querem compreender por que razão a sua intuição rejeita certas construções ou certas palavras; ou querem apurar a apreensão de conceitos através da descrição do sentido dos vocábulos e das suas relações. E os nossos especialistas em sintaxe, em semântica e em léxico esclarecem essas dúvidas, muitas vezes abrindo perspectivas e suscitando ainda mais perguntas para novas respostas.
E – reflexo do sobressalto que percorre o mundo por causa da ameça da "gripe das aves" – também se quis saber a diferença entre pandemia, epidemia e endemia.
Finalmente, houve quem quisesse saber mais sobre as suas origens; e surgem assim as perguntas sobre a toponímia de uma dada região ou sobre os gentílicos correspondentes a cada cidade, vila ou aldeia.
É talvez porque sentem que esta língua é o seu maior património que os nossos consulentes mostram preocupação com os desafios de um mundo em que o inglês impera. Conseguirá o português resistir a este embate? Claro, porque, além de sermos muitos, é o português que faz quem somos e o que viermos a ser.
1. Ciberdúvidas respondeu na semana que ora termina à pergunta n.º 16 000 (Metaplasmos) – um marco mais deste projecto ao serviço da Língua Portuguesa e de todos os que dela se servem para «na quotidiana vida inventarem sem cessar as expressões de que precisam para não se perderem do tempo que passa, do mundo que se renova e se transfigura», como escreveu o ensaísta português e Prémio Camões 1996, Eduardo Lourenço.
2. A escritora brasileira Lygia Fagundes Telles recebeu em Lisboa o Prémio Camões 2005, numa cerimónia que contou com a presença dos Presidentes de Portugal e do Brasil. [Jorge Sampaio e Lula da Silva voltaram a juntar-se, primeiro, na VII Cimeira Luso-Brasileira, realizada no dia 15 p.p. no Porto, e, depois, na XV Cimeira Ibero-Americana, em Salamanca, no dia seguinte.] Num discurso de belo recorte literário, a autora de Ciranda de Pedra evocou a epopeia dos Descobrimentos portugueses e o seu antepassado João Álvares Fagundes, navegador minhoto, que logo no início do século XVI rumou aos mares morenos da então Terra de Vera Cruz. Da terra onde brotou o português com «açúcar» como escreveu há cem anos Eça de Queirós – ou o português com «sal», agora na expressão de Lygia Fagundes Telles.
3. Por estes dias começou a correr na Internet uma petição reclamando que a página oficial da FIFA na Internet tenha também uma versão em língua portuguesa. O pretexto foi o apuramento para o Campeonato [Copa] do Mundo de Futebol de 2006, na Alemanha, das selecções de Portugal, Brasil e Angola para o Mundial de 2006, na Alemanha, cujo idioma comum representa hoje um universo de mais de 200 milhões de lusofalantes.
4. Contra a hegemonia asfixiante da língua da globalização continuam a bater-se, e bem, os franceses, como se refere na notícia sobre os neologismos importados directamente do inglês.
Cf. Ibero (/Ibéro/)-americano
O protocolo do patrocínio da Fundação Vodafone ao Ciberdúvidas foi formalizado nesta terça-feira passada, dia 4 de Outubro, na sede da Vodafone Portugal, em Lisboa. Vigorando, para já, pelo prazo de dois anos, foi graças a este apoio mecenático da Fundação Vodafone, juntamente com o dos CTT, que o Ciberdúvidas salvaguardou a continuação do serviço público que presta em prol da Língua Portuguesa, vai fazer nove anos em Janeiro próximo.
Ao Grupo Vodafone – em particular, ao seu presidente, António Carrapatoso, a quem já devíamos a generosidade do patrocínio do Prémio João Carreira Bom, e, muito em especial, à presidente da comissão executiva da Fundação Vodafone, Luísa Pestana, cuja iniciativa pessoal tornou possível este apoio decisivo para a continuação do Ciberdúvidas – deixamos aqui o nosso público reconhecimento.
Devido ao feriado nacional do 5 de Outubro, em Portugal, nesta quarta-feira, Ciberdúvidas só volta a colocar em linha novas respostas e outros textos sobre a Língua Portuguesa na quinta-feira, dia 6.
O Instituto Camões decidiu atribuir um subsídio anual ao Ciberdúvidas, a partir de 2006, juntando-se aos CTT e à Fundação Vodafone no apoio a este espaço de esclarecimento, informação e reflexão sobre a Língua Portuguesa, sem fins lucrativos ou comerciais. Esta é a primeira vez, ao longo dos seus quase nove anos de existência, que o serviço público prestado pelo Ciberdúvidas, em todo o mundo da lusofonia, se vê contemplado pelo organismo do Estado português mais directamente ligado (e com obrigações) à promoção da Língua Portuguesa. À presidente do Instituto Camões, dr.ª Simoneta da Luz Afonso, apresentamos os nossos agradecimentos pelo seu empenho pessoal neste apoio institucional ao Ciberdúvidas.
Uma semana decorrida após o regresso do Ciberdúvidas – graças ao apoio mecenático dos CTT e da Fundação Vodafone, que se constituíram seus patrocinadores oficiais –, não podia ser mais eloquente a importância deste espaço de esclarecimento, informação e debate sobre a língua portuguesa. Eloquente e, por isso, tão gratificante – como pode ser avaliado pelo que nos chegou de toda a parte (e pôde já ser respondido), e não só do mundo que fala português.
Que outra língua no mundo envolve uma paixão assim?
Depois de mais de três de meses de interrupção e do risco de não poder voltar, caso não fossem reunidos os indispensáveis apoios à sua continuação, Ciberdúvidas da Língua Portuguesa regressa desde esta data às suas actualizações diárias. E só lhe foi possível regressar graças à iniciativa mecenática dos CTT e da Fundação Vodafone, que se constituíram como patrocinadores oficiais deste verdadeiro serviço público como não há outro na Internet em português e sobre o português.
Do movimento gerado contra o fim à vista do Ciberdúvidas – de que cumpre realçar, e agradecer, a petição posta a circular pelo tradutor australiano Chrys Chrystello e a sua correspondente repercussão nos meios de comunicação e em muitos e influentes blogues portugueses e brasileiros – fomos dando conta na rubrica Correio.
Aqui registámos, igualmente, algumas das mais tocantes mensagens de quantos – e foram tantos! – se nos dirigiram, dispostos, inclusive, a quotizarem-se para a viabilização deste projecto.
Felizmente, não foi necessário – muito menos essa possibilidade, que sempre recusámos, de tornar este serviço pago para quem o consulta. Seria, pura e simplesmente, a descaracterização da sua natureza e, ao fim e ao resto, diminuir-lhe a projecção e a importância que alcançou em todo o espaço da lusofonia.
Não foi necessário, felizmente, porque ainda há em Portugal, no sector privado e na sociedade civil, quem se substitua ao Estado, e logo numa área tão estratégica como é a da língua.
Ao logo dos seus quase nove anos de existência (fá-los-á em Janeiro próximo), Ciberdúvidas provou não viver da lógica da subsidiodependência. Sempre teve, tem e terá num futuro até muito próximo iniciativas complementares até de autofinanciamento. Mas como serviço público, gratuito e universal, sem fins lucrativos ou comerciais, não pode dispensar este tipo de apoios mecenáticos, já que dos organismos oficiais com responsabilidade na promoção da língua portuguesa a resposta foi o que se sabe.
Não obstante – como lembrou muito oportunamente a professora Cristina Marques – o Ciberdúvidas até ser aconselhado na bibliografia dos novos programas do ensino secundário, em Portugal...
Ciberdúvidas vai regressar às suas actualizações diárias a partir do dia próximo dia 19, assegurados que foram, finalmente, os apoios indispensáveis à continuação deste serviço público de esclarecimento, debate e promoção da Língua Portuguesa.
A Fundação Vodafone e os CTT, Correios de Portugal constituíram-se patrocinadores oficiais do Ciberdúvidas, suportando a meias parte dos custos de manutenção do serviço público que presta na Internet em prol da Língua Portuguesa, como não há outro, nos seus moldes e natureza, em todo o espaço da lusofonia.
O Ciberdúvidas vai estabelecer, entretanto, uma parceria de colaboração com a Porto Editora, que, em devido tempo, será pormenorizada.
Estas três entidades responderam na semana ora finda à petição promovida pelo tradutor australiano Chrys Chrystello, num movimento de enorme repercussão, sem o qual, não temos dúvidas em afirmá-lo, não estaríamos aqui a dar esta boa nova a quantos amam e querem saber sempre mais sobre esta nossa «língua de oito pátrias», como lhe chamou o saudoso João Carreira Bom, co-fundador e principal responsável deste projecto.
A todos os que viabilizaram a continuação do Ciberdúvidas deixamos o nosso mais sentido agradecimento, nomeadamente à Fundação Vodafone, na pessoa da sua presidente executiva, dr.ª Luísa Pestana, ao Conselho de Administração dos CTT, presidido pelo dr. Luís Nazaré, e à Porto Editora, na pessoa do dr. Rui Pacheco, director da Divisão Multimédia.
Permita-se-nos, ainda, uma nota de gratidão à Universidade Lusófona, que tem acolhido nas suas instalações, em Lisboa, o Ciberdúvidas, muito devido ao empenho pessoal do respectivo reitor, Prof. Doutor Fernando Santos Neves, assim como ao portal SAPO e, em particular, ao seu director, dr. José Carlos Baldino.
Neste seu relançamento, em condições nunca antes reunidas, Ciberdúvidas contou ainda com a intervenção da ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues para o destacamento, em exclusividade de funções, do Prof. Carlos Rocha.
A todos, e por mor da Língua Portuguesa, o nosso bem-haja!
Como habitualmente nesta época das férias de Verão, em Portugal, Ciberdúvidas interrompe as suas actualizações diárias. Voltaremos na primeira segunda-feira de Setembro, dia 5, altura em que retomaremos o serviço que prestamos a quantos, pelas sete partidas do mundo, querem saber mais sobre a nossa Língua Portuguesa, «última flor do Lácio, inculta e bela».
Ficam entretanto em linha as 16 mil questões constantes já do arquivo do Ciberdúvidas, permanentemente acessíveis por via do mecanismo de pesquisa habitual.
1. Decorreu na semana que ora termina na cidade de Córdova a 8.ª Conferência da Cultura Latino-Americana, com a presença de 18 ministros e secretários da Cultura da América Latina, de Espanha e Portugal. No seu encerramento, a ministra espanhola da Cultura, Cármen Calvo, anunciou que o seu país, em parceria com o México e o Brasil, pretendem lançar uma televisão cultural, com o objectivo de reforçar e difundir as respectivas culturas de passado histórico comum. Sobre esta excelente iniciativa – será certamente uma forma de enfrentar a invasão massificante da cultura anglo-saxónica – Portugal não se manifestou. Quer dizer que não irá participar no projecto? E quanto a uma parceria com o Brasil num projecto similar, tão fundamental para a projecção da Língua Portuguesa no mundo e para a difusão das culturas que se exprimem no nosso idioma?
2. A escritora e jornalista brasileira Nélida Piñon acaba de ser galardoada com o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras. Boa oportunidade para se conhecer esta ilustre cultora da Língua Portuguesa, de origem galega. Entre contos, novelas e romances, escreveu Tempo das Frutas (1966), Fundador (1969), Casa da Paixão (1972); Tebas do meu Coração (1974), A Força do destino (1977), A República dos Sonhos (1984), O Presumível Coração da América (2002) e Vozes do Deserto (2004).
3. Infelizmente, continua ainda por resolver a anomalia técnica que há duas semanas vem afectando a recepção normal das perguntas para o Ciberdúvidas. Pelos atrasos daqui derivados, voltamos a apresentar as nossas desculpas.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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