1. Realiza-se no próximo fim-de-semana, em Lisboa, com abertura na quinta-feira, dia 16, mais uma edição da Expolíngua Portugal, neste ano dedicado à Língua Inglesa. Como se explica na respectiva página na Internet, este 16.º Salão Português de Línguas e Culturas « [...] reúne todos os agentes envolvidos no mundo do ensino e aprendizagem de línguas», tendo dois objectivos principais: a promoção da língua e cultura portuguesa no mundo; a divulgação das línguas e culturas estrangeiras em Portugal.
2. O primeiro objectivo desta iniciativa liga-se a um tópico recorrente nas perguntas que recebemos, o da norma. Com efeito, apesar das inevitáveis variação e mudança linguísticas, o ensino-aprendizagem do português, do inglês ou de outra língua qualquer requer a descrição de um modelo estável de uso que é aceite por uma dada comunidade como padrão de correcção. Este tem carácter convencional, mas a sua existência é necessária à definição das relações sociais. Daí tantas e tantas perguntas pressuporem um cuidado com a adequação do comportamento linguístico.
3. Além disso, o tema e o segundo objectivo da Expolíngua Portugal evocam a questão do estatuto do português no mundo, quando comparado com igualmente grandes línguas. Como se sabe, é sobretudo a propósito do inglês que muitas perguntas nos são feitas, o que indicia a pressão desta língua dado o seu protagonismo nas novas tecnologias e noutros domínios.
4. É, pois, procurando entender a identidade da nossa língua e a sua relação com outras na actualidade que recomendamos – a quem o possa fazer – uma visita à Expolíngua Portugal. De qualquer modo, deixamos como sempre as nossas respostas mais recentes e o Pelourinho, desta vez, sobre a sintaxe do verbo vencer.
Boa leitura.
1. Como todos sabemos, é a participação dos consulentes que faz o Ciberdúvidas. Pedimos, pois, que quem nos consulta não se esqueça de indicar o respectivo endereço electrónico (ver abaixo). É que, de outro modo, não podemos estabelecer contacto para eventuais esclarecimentos.
2. A identificação dos consulentes (nome e apelido/sobrenome, profissão e cidade) é, pois, essencial, por exemplo, para o nosso Correio. Nesta secção damos voz aos consulentes ao seleccionarmos comentários, sugestões e pedidos de ajuda.
3. Também aconselhamos a leitura das Notícias Lusófonas, para quem queira informar-se sobre acontecimentos recentes no âmbito da promoção da Língua Portuguesa.
4. Deixamos um Pelourinho que, no fundo, se propõe refle(c)tir sobre a evolução das relações entre a linguagem e a sociedade.
5. E ficam finalmente as respostas do Ciberdúvidas. Além das que têm destaque na 1.ª página, recordamos estas outras que passaram já para as Respostas Anteriores:
– Solarengo 'versus' soalheiro/ensolarado
– A tradução do neologismo inglês “weaponization”
– Sobre o conceito de sujeito poético
– A origem da expressão «não dar tapilho»
– Modificadores e complementos
Boa consulta!
Como estamos no Carnaval (também chamado Entrudo), o Ciberdúvidas faz uma pausa e só regressa na próxima quarta-feira, dia 1 de Março.
Ficam entretanto em linha 22 novas respostas – 52 no total da semana ora finda – versando temas tão distintos como a etimologia, a terminologia linguística, a sintaxe ou os estrangeirismos.
Entre estas 52 novas respostas, permita-se-nos assinalar ainda a n.º 17 000 – à volta da dupla grafia da palavra maçapão/massapão.
A este propósito, lembramos que, ao longo dos seus nove anos de existência, todas as respostas e demais textos do Ciberdúvidas – mais de 20 mil ao todo – encontram-se permanentemente acessíveis, bastando o recurso ao motor de busca.
1. A aplicação em Portugal da nova Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS) mantém-se tema freqente nas perguntas que nos fazem. Neste âmbito, sugerimos a leitura das respostas Advérbio adjunto ou disjunto?, As orações pequenas na análise sintá(c)tica e Os complementos e os modificadores restritivos do nome.
2. Para os que se interessam mais pelos aspectos histórico-culturais da língua, propomos Nomes de bebidas com café em Portugal e O significado e a origem da expressão «tratos de polé». Sobre o que se pode ou não dizer e escrever (por exemplo, criação de palavras, combinação de formas verbais e pronominais), recomendamos A combinação de pronomes átonos e Pó de talco. E temos ainda o Pelourinho, a explicar que homens-a-dias é melhor do que ”maridos-a-dias”.
3. Já agora, pedimos mais uma vez aos nossos consulentes que não nos enviem perguntas do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa, a decorrer em Portugal, porque não podemos favorecer os concorrentes que nos procuram. Gostaríamos também de fazer mais um pedido: não nos enviem a mesma pergunta dias seguidos, porque não temos meios para evitar uma escusada duplicação de respostas por reencaminhamento para consultores diferentes.
4. Lembramos entretanto que o Ciberdúvidas continua a desenvolver a sua colaboração com a RDP, a rádio pública portuguesa. Além de manter o programa Páginas de Português, emitido todos os sábados às 13h30 (hora portuguesa) pela Antena 2, terá proximamente duas novas rubricas, uma na RDP África e outra, já a partir da próxima segunda-feira, dia 20, na Antena 1, com o título O Jogo da Língua. Esta rubrica, que irá para o ar de segunda a sexta-feira depois das 15 horas, é, como o nome indica, um jogo com perguntas múltiplas sobre dificuldades e curiosidades da Língua Portuguesa, com respostas dos ouvintes e um esclarecimento posterior a cargo da professora universitária Margarita Correia.
5. Ficamos a aguardar mais perguntas. Boa semana.
Ultimamente, têm chegado ao Ciberdúvidas muitas perguntas sobre sintaxe verbal. Como se sabe, este é um tema central na descrição do funcionamento da língua, porque do verbo depende boa parte do que se passa numa frase: é ele que define o número e a selecção dos termos que irão preencher diferentes funções sintácticas, como sejam, por exemplo, as de sujeito, complemento/objeto directo e complemento preposicional.
Além disso, continuam a surgir dúvidas sobre a grafia desta ou daquela palavra, quando se trata de aportuguesar estrangeirismos. Como explicam Margarita Correia e Lúcia Lemos, o aportuguesamento aparece sempre, em maior ou menor grau, quando se importam palavras. Temos ainda recebido questões sobre a pronúncia de palavras que há muito fazem parte do nosso património vocabular, por exemplo, adrede, ressurreição, geração e aleluia.
Gostaríamos, entretanto, de fazer um pedido aos nossos consulentes: por favor, não nos enviem perguntas provenientes do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa, organizado pelo semanário "Expresso", pelo "Jornal de Letras" e pelo canal "Sic Notícias". Se tal acontecer, não responderemos, visto não nos parecer justo intervir numa iniciativa que deverá exigir dos participantes autonomia na pesquisa em dicionários e gramáticas.
Por último, propomos a leitura do nosso Pelourinho, que, desta vez, aborda a pronúncia de siglas e abreviações. Regina Rocha lembra-nos que há características da língua que são de manter, como é o caso de Telecom, cuja sílaba final deve ser pronunciada com o som nasal [õ].
O Prémio de Crónica João Carreira Bom, relativo ao ano 2005, foi atribuído ao escritor e jornalista português Baptista-Bastos pelo conjunto das suas crónicas publicadas no Jornal de Negócios, ao longo do ano passado.
Instituído pela Sociedade da Língua Portuguesa e pelo Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, com o patrocínio da Vodafone, o galardão, agora concedido pelo terceiro ano consecutivo, tem como objectivo promover este género jornalístico, em homenagem ao co-fundador deste sítio. O seu valor monetário é de 5000 euros.
O júri desta terceira edição do Prémio de Crónica João Carreira Bom foi presidido pela presidente da Sociedade da Língua Portuguesa, Elsa Rodrigues dos Santos, e composto pelo professor universitário e escritor Urbano Tavares Rodrigues e pelos jornalistas Maria José Mauperrin, Fernando Dacosta, e José Gabriel Viegas, em representação da Vodafone.
Armando Baptista-Bastos, escritor e jornalista, nasceu em Lisboa. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio e no Liceu Francês. Foi profissional de jornalismo em vários órgãos de comunicação social, nomeadamente no já extinto Diário Popular. Publicou o seu primeiro romance em 1963, O Secreto Adeus, a que se seguiram outros livros de ficção, como Cão Velho entre Flores (1974), Elegia para Um Caixão Vazio (1984), A Colina de Cristal (1987), Um Homem Parado no Inverno (1991) e O Cavalo a Tinta-da-China (1995).
Cf. Eduardo Prado Coelho recebeu Prémio João Carreira Bom + Vasco Pulido Valente recebe Prémio João Carreira Bom + As três razões da Vodafone para o Prémio João Carreira Bom
A maioria das perguntas recebidas tem ultimamente incidido sobre o significado, a forma e a pronúncia de vocábulos. É habitual a pergunta: «Esta palavra existe?». Com ela, manifestam-se, pelo menos, duas preocupações: a de sermos adequados perante os nossos interlocutores, não usando formas que lhes são estranhas; e a de que o discurso tenha relevância para eles, isto é, que se mantenha em ligação com a realidade que constitui e envolve a comunicação. Os consulentes mostram assim que as palavras nos ligam à dinâmica da sociedade e do mundo.
Parte dessa realidade é a cultura em que as palavras surgem e são usadas. Uma tarefa exigente é a de ligar as palavras a uma forma originária e ao seu contexto (etimologia), repisando o caminho que tomaram até estarem hoje disponíveis para o nosso discurso. É por isso que o novo Pelourinho recorda a diferença entre cinquentenário e quinquagenário.
E assim falámos mais uma vez de presente e do passado a propósito da Língua Portuguesa, para pensarmos afinal no seu lugar no mundo, isto é, no seu futuro.
P.S. – Assinala-se neste 30 de Janeiro de 2006 quatro anos do falecimento de João Carreira Bom, a quem o Ciberdúvidas deve a sua existência. A homenagem, e a saudade, de todos os que contribuímos para a continuação deste projecto em prol da Língua Portuguesa, que ele tanto prezou em vida – até na forma superior como escrevia.
1. O Ciberdúvidas passou a dar aconselhamento linguístico à RTP e à RDP, com o apoio da Vodafone. Realce-se por isso aqui o interesse manifestado pela televisão e rádio públicas portuguesas – e em particular o seu Conselho de Administração – em dotar os seus jornalistas de uma ferramenta que, por via do esclarecimento em tempo útil das suas dúvidas, contribua para um competente domínio da Língua Portuguesa. Se hoje a modalidade de língua usada na rádio, na televisão e nos jornais é considerada por alguns como a norma, então é com certeza tempo de avaliar novas palavras, construções e variantes, decidindo quais são as aceitáveis e quais se devem rejeitar, à luz da tradição e da contemporaneidade portuguesas. E, por maioria de razão, tendo em conta o papel de referência atribuído ao operador de serviço público na defesa e promoção da Língua Portuguesa.
2. Neste contexto, há que abranger outras variedades da língua. Muitos consulentes fora de Portugal procuram-nos, mostrando assim que o Ciberdúvidas é útil e acessível para quem fala tais variedades. A nossa contemporaneidade é essa variação, que só será um futuro comum, se entre os oito países onde se fala português houver uma constante troca de palavras que permita integrar e moderar a inevitável deriva resultante do afastamento geográfico. Por outras palavras, a variação existe, mas há que encontrar, no respeito das especificidades de cada país, regularidades e usos consensuais, até para bem do ensino do Português.
3. Por isso, recordamos aqui algumas perguntas que, refle(c)tindo aspe(c)tos da identidade e da diversidade da língua, dão ao mesmo tempo expressão a muitas preocupações com ela, porque, no fundo, estamos todos a falar de um bem comum: A pronúncia de tranquilizar; A concordância de bonito como predicativo do sujeito; Sobre a forma de hífen; A locução «de manhã».
4. Por último, sugerimos a leitura do novo Pelourinho, a propósito do descuido no uso dos verbos abster e obter.
Ciberdúvidas completa nove anos de existência neste domingo, dia 15 de Janeiro. Nove anos não isentos de percalços e vicissitudes decorrentes de um projecto desta natureza – um verdadeiro serviço público, de acesso totalmente gratuito, sem fins lucrativos, como não há outro no mundo da lusofonia.
Por isso, nunca é de mais realçar as entidades que garantiram, primeiro, a sua continuação, a seguir ao falecimento de João Carreira Bom – a Universidade Lusófona, em cujas instalações passou a funcionar o Ciberdúvidas, e o portal SAPO, onde se encontra alojado; e, depois, a sua viabilização, graças aos decisivos patrocínios dos CTT e da Fundação Vodafone, desde Setembro último. Mais recentemente, o Ciberdúvidas beneficiou de um subsídio do Instituto Camões e da Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular do Ministério da Educação, que já antes autorizara o destacamento a tempo inteiro do professor Carlos Rocha, que tanto nos tem enriquecido com a sua competência e dedicação.
Finalmente, permita-se-nos um agradecimento muito especial a todos os nossos ilustres consultores, sem cuja generosidade e saber o Ciberdúvidas não poderia ser concretizado.
Bem hajam todos – a começar por quantos, por esse mundo fora, não dispensam, já, este espaço de esclarecimento, informação e reflexão sobre a Língua Portuguesa.
Depois das festas de Natal e de Ano Novo, regressámos com mais perguntas e respostas. Muitas continuam a centrar-se em dúvidas sobre a grafia, a pronúncia e a criação (neologia) de palavras. Por exemplo, acerca de um recente acontecimento automobilístico, recordamos que a capital do Senegal tem grafia portuguesa – Dacar.
Pensar sobre as palavras motiva, por outro lado, a questão do seu uso. Uma pergunta incide precisamente sobre o nível ou o registo de língua de expressões como uma espécie de, um tipo de , entre outras.
Também vão surgindo questões que dizem respeito ao contraste entre sistema e norma. No fundo, o que intriga alguns consulentes é a existência de irregularidades numa língua.
Assim começamos 2006, a reflectir sobre a Língua Portuguesa e a trabalhar para a sua afirmação.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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