1. Fazer com que um aluno português tenha a possibilidade de escolher o espanhol como língua estrangeira, no sistema de ensino não superior em Portugal, e dar a oportunidade a um aluno espanhol de aprender o português, nas mesmas circunstâncias, foi o objectivo da assinatura de um memorando, a cargo das ministras da Educação de Portugal e de Espanha, no passado dia 19, em Braga.
2. Está disponível em linha o conjugador de verbos LX Conjugator, desenvolvido pelo grupo de Fala e Linguagem Natural do Departamento de Informática da Universidade de Lisboa.
3. Lauro Portugal discorre sobre a impossibilidade de uma unificação ortográfica efectiva nos países de língua oficial portuguesa.
1. Sabia que há duas escalas para nomear números grandes? A maioria dos países europeus tem uma, os EUA e vários países de língua inglesa têm outra — aos quais se junta o Brasil. Tal exige dos jornalistas e tradutores lusófonos especial cuidado no tratamento dos números altos. O investigador português Nuno Crato explica o problema — e depois... é só fazer as contas.
2. Das contas vamos aos contos e às histórias infantis: o Letrário, um serviço de consultoria linguística, detectou erros múltiplos em 22 livros infanto-juvenis, tanto de pequenas como de grandes editoras. No artigo «Abrir e ler o que tem dentro» estão em foco alguns exemplos que mostram até onde pode ir a gravidade destes erros.
3. Relembramos que já está disponível o serviço RSS para a secção perguntas e respostas.
1. Caiu no senso comum a ideia de que a língua portuguesa é muito difícil. Ora, no que toca à aprendizagem de línguas, não podemos falar de um grau de dificuldade absoluto ou estanque. Tal depende do perfil do aprendente. A maior ou menor proficiência em português por um falante não nativo depende do grau de afastamento da sua língua materna e do número de línguas estrangeiras que esse falante já domina, entre muitos outros factores.
Agora, é um facto que há, no português, matizes bem interessantes na relação forma — sentido das palavras. Veja-se o diferendo de significados e registos envolvidos nestas formas: banho (acto de molhar o corpo) banhos (proclamação feita por um sacerdote) e banhada (desilusão). Mas isso — importa notá-lo — é um aspecto comum a todas as línguas do mundo.
2. Ainda que fechado o período de audição pública sobre a revisão da TLEBS continuam a ser publicados contributos úteis sobre o assunto. Veja-se o parecer do nosso consultor D'Silvas Filho.
3. Encontra-se já disponível o serviço RSS para a secção do consultório.
Como promover a escolarização bem sucedida de crianças e jovens recentemente chegados a Portugal é um dos problemas centrais que se colocam hoje a todos os responsáveis pela educação, sendo certo que preside a todo o processo de integração o desenvolvimento de práticas consequentes de ensino da língua portuguesa como língua segunda.
Lurdes Brás: «A integração tem que ser realizada sobretudo a nível de turma e da sala de aula»
A cada vez mais generalizada ocupação por mulheres de cargos dantes reservados a homens leva a certas hesitações no uso das formas de feminino de palavras designativas de algumas profissões:
— umas podem causar ainda alguma confusão, quando estão em causa formas homónimas; por exemplo, na frase «Viste a carteira?»;
— outras podem gerar estranheza, como acontece com a forma guarda-nocturna.
Em todo o caso, parece não serem estas a causas imediatas para a opção por formas no masculino aplicadas a mulheres.
Revisite algumas respostas sobre esta questão:
juíza; árbitra; piloto aviadora; palhaça; capataza, etc.
1.
Será que um falante tem o direito de substituir um estrangeirismo por uma forma adaptada ou traduzida não vigente na sua língua materna? Antes de dizer sim ou não, há que ter em conta a tendência da generalidade dos falantes do português europeu — particularmente na activação de um tecnolecto ou no âmbito do discurso de imprensa — que é a de, num primeiro momento, preservar novos estrangeirismos na sua forma não adaptada.
2. Estudos em Sociolinguística e em Análise Crítica do Discurso recorrem frequentemente ao termo inglês loaded language para referir o uso de palavras ou expressões que transportam consigo um sentido ideológico adicional. Vale a pena ponderar se na palavra globalização não temos um desses casos.
1. O simpósio «A interpretação da língua portuguesa e das culturas da CPLP», a cargo do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), vai ter assento em Cabo Verde no próximo mês de Março.
O IILP tem por missão desenvolver projectos e actividades de divulgação do português no mundo, mas recebe apenas o contributo de Portugal, Brasil, Angola e Cabo Verde — alerta Amélia Mingas, sua presidente.
2. «É tarde e bem tarde para que venha outra tarde como a tarde de ontem à tarde.» Serve este jogo de palavras para exemplificar que muitas vezes o pleonasmo se limita à mera repetição de uma palavra e — consequentemente — da ideia a transmitir. É claro que o grau de incorrecção destas repetições abusivas varia em função de estarmos perante um discurso escrito ou um discurso oral: aquele é um discurso produzido com tempo e exige-se dele o cumprimento de uma estruturação equilibrada; este é um discurso feito "na hora", cheio de hesitações, avanços, recuos, autocorrecções e... repetições.
É difícil explicar a razão por que na oralidade se está a perder tão rapidamente a distinção entre o presente e o pretérito perfeito do indicativo nos verbos da primeira conjugação. Essa distinção é marcada através da abertura da vogal: «Nós ontem cantámos, amámos, sonhámos; nós hoje cantamos, amamos, sonhamos...»
A tendência crescente para pronunciar as formas do pretérito perfeito da mesma maneira que as do presente (ou seja, dizer, por exemplo, «ontem cantamos») já se está a reflectir na escrita, em violação do código ortográfico. Mas para além da fuga às normas gráficas, acresce que, em termos funcionais, pode ocorrer entropia na comunicação, dado que nem sempre é fácil, pelo contexto, discernir se o locutor está a falar de situações passadas ou presentes.
1. Um dos temas dos diálogos do último filme de Manoel de Oliveira gira em torno de se saber se Cristóvão Colombo nasceu na Cuba. Saiba que se o navegador nasceu na Cuba, é cubense; se nasceu em Cuba, é cubano.
2. Dominam a actualização deste dia questões de sintaxe, com temas como as orações completivas, relativas e regência.
1. Com o final do ano, terminou a fase de audição pública da versão revista da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS) de Portugal. Aguardam-se, no momento, alterações e ajustes decorrentes das reacções dos vários intervenientes. O que parece certo é que, nesta fase, não há ponto de retorno em relação à Nomenclatura de 1967.
2. As guerras e os conflitos armados parecem ser congénitos à espécie humana. A realidade da guerra, como outras, mais ou menos universais, está cristalizada na língua (veja-se, por exemplo, a expressão fixa ser alvo de) e motiva perguntas dos nossos consulentes: qual a diferença entre militarizado e paramilitar?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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