1. Chamamos a atenção para o documento Dificuldades dos alunos em Língua Portuguesa, realizado no âmbito do Projecto de Investigação e Ensino da Língua Portuguesa (IELP). Trata-se de um estudo coordenado por Sónia Valente Rodrigues (consultora do Ciberdúvidas) e Regina Duarte (Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular-DGIDC) que apresenta resultados recolhidos em trabalho concretizado com turmas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, com o objectivo de contribuir para as tomadas de decisão para a revisão do programa do ensino básico em Portugal (disponível em síntese e em versão integral no sítio da DGIDC).
2. No Pelourinho, Ana Martins traça a genealogia da expressão «tudo fará», a propósito da ordem dos elementos frásicos.
1. «A línguas maternas são únicas porque marcam os seres humanos desde o seu nascimento, dando-lhes sobre o mundo um olhar singular que nunca se extingue, independentemente do número de línguas que venham a adquirir posteriormente. Aprender línguas de outros é uma maneira de percepcionar o mundo de diferentes formas, fazer-lhe outras aproximações» (Koitiro Matūra, Unesco).
A política de comunicação global que não atende à defesa de todas as línguas condena a herança linguística mundial a uma redução drástica e irremediável.
Lembramos que no próximo dia 21 se celebra o Dia Internacional da Língua Materna.
Deixamos, a propósito, a sugestão de leitura dos seguintes artigos:
2. Para os aficionados: o episódio (53.º!) do Cuidado com a Língua! (RTP 1, segunda-feira, 21h15, com repetição nos demais canais da televisão pública portuguesa, além de ficar disponível aqui, em diferido) é dedicado à origem e à formação de palavras e expressões como hipismo, equitação, cavalo-de-batalha, amazona, etc., etc.
1. É possível fazer a história de uma controvérsia? É. A controvérsia sobre o Acordo Ortográfico teve uma longa vida, atribulada, com crises existenciais, bons e maus casamentos... chega agora ao recato da velhice. Divulgamos neste dia um dos textos que fazem o seu epílogo.
2. A convidada do programa Língua de Todos (RDP África, 13h15) desta semana é Simonetta Luz Afonso, presidente cessante do Instituto Camões, que vai falar sobre a estratégia para a divulgação da língua portuguesa no mundo. Já o tema do programa Páginas de Português (Antena 2, 17h00) é a presença da língua portuguesa em Itália: Vasco Graça Moura (poeta, romancista e tradutor), Luísa Maria Antunes Marinho (professora na Universidade do Funchal e tradutora), Lívia Apa (professora de literaturas africanas de língua portuguesa na Universidade de Nápoles) e Daniela Marcheschi (professora universitária e crítica literária) têm aí presença marcada.
Temos apontado aqui várias fórmulas arrevesadas que pululam nos relatos e comentários sobre futebol. Registamos, neste dia, mais uma: «à condição». Porquê esta perseverança em falar num registo «pseudotécnico» sobre assuntos que dizem respeito a um desporto tão popular? Pode haver várias explicações...
Sugerimos uma releitura dos principais textos que temos sobre o assunto:
A propósito do lançamento dos Novos Programas para o Ensino Básico, Carlos Reis, coordenador do projecto, dá as pinceladas de fundo no retrato do ensino da língua portuguesa em Portugal nos últimos 20 anos (pelo menos):
Ler: versão integral da entrevista ao jornal Público.
Recomendamos, a este propósito, a leitura da obra (de 1977) Pragmática Linguística e Ensino do Português (Coimbra, Livraria Almedina). Podemos já ler aí que «Só partindo de uma reflexão teórica (...) poderá o professor de Português avaliar o alcance da sua actuação didáctica e tomar consciência da especificidade da sua função» (p. 99).
1. O Que É Um Advérbio? é o título do livro de Ana Costa e João Costa (Edições Colibri). A pergunta-título é uma alavanca para a reflexão sobre o comportamento e a função de certas palavras que são grosso modo classificadas como advérbios, mas que, na realidade, fogem a quase todos os critérios morfológicos, sintácticos e semânticos) de delimitação desta classe de palavras. Lindley Cintra e Celso Cunha falam de palavras denotativas (Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1984, p. 548), António Franco trabalha a noção de partículas modais... É esta questão que vem (parcialmente) reflectida na crónica do Sol desta semana.
2. A actualização deste dia reúne um número considerável de expressões fixas com a estrutura y como x (seco como pó; escuro como breu; frio como gelo; bravo como um leão). Sugerimos a propósito a leitura do artigo Sintaxe, semântica e pragmática das comparações emblemáticas e estruturas aparentadas, de Joaquim Fonseca.
1. Os ministros da Cultura de Cabo Verde e Portugal, Manuel Veiga e Pinto Ribeiro, respectivamente, concordaram em acertar uma data comum para a entrada em vigor do Acordo Ortográfico ainda este ano nos dois países. O ministro português manifestou o desejo de este compromisso se alargar de forma concertada a toda a Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), mas considera que «não é possível esperar mais uns pelos outros».
2. No programa Cuidado com a Língua! de segunda-feira, 9 de Fevereiro (RTP 1, às 21h15, hora oficial em Portugal continental), Diogo Infante contracenará com Rita Blanco, à volta do léxico do amor e da paixão. Por exemplo, a diferença entre uma e outra palavra, nas suas várias acepções. Ou quando se utiliza boda, no singular, e bodas, no plural. Ou, ainda, sobre a origem da expressão «anda mouro na costa». E qual é o erro mais recorrente nas frases com o verbo gostar? O programa é repetido nos canais internacionais da televisão pública portuguesa ou, em diferido, aqui.
3. Na actualização deste dia, salienta-se uma pergunta recorrente: as unidades (peso, medida e outras) têm plural? Têm, como mostra a resposta sobre decibel, cujo plural é decibéis.
1. O programa Língua de Todos (na RDP África, 6 e 7 de Fevereiro, sexta-feira e sábado, respectivamente, às 13h15) será dedicado a uma conversa com o ministro da Cultura de Cabo Verde, Manuel Veiga, sobre o alfabeto unificado dos crioulos cabo-verdianos e a ratificação do Acordo Ortográfico pelo governo da Cidade da Praia.
2. Sobre o cabo-verdiano e a língua portuguesa em Cabo Verde, pode ler-se no Ciberdúvidas:
Herança e contacto são dimensões da identidade linguística. Pelos topónimos (e não só) se liga o português ao galego, apesar da ortografia diferente. Pelas viagens, chegaram ao Brasil Cavalcantis e ao Japão jesuítas que terão contribuído para os primeiros sistemas de transcrição do idioma nipónico em caracteres latinos. Esta língua não se mostrou, portanto, invulnerável a outras, e foi graças ao intercurso de culturas que cresceu.
Evocam-se neste dia os árabes contemporâneos e os de antanho, os de Al-Andalus: os seus almirantes dominavam o Mediterrâneo, e as mulheres de Lisboa, Cádis ou Valência desejavam-lhes bom regresso, dizendo in xá`lláh («oxalá»). Também não são esquecidos os bascos pirenaicos, reconquistadores façanhudos. Que narrador para esta estória?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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