1. Se, em Portugal, o novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras suscitou interesse e muitas interrogações, no Brasil, os linguistas receberam-no com críticas (ver rubrica Acordo Ortográfico).
2. Bota-abaixismo é um neologismo com história antiga, como nos revela Ana Martins em O Nosso Idioma.
3. Qual a origem das palavras cesariana e fraldas? E porque é que bebé leva só um acento (agudo no português de Portugal e circunflexo no do Brasil)? Diogo Infante, no Cuidado com a Língua! de segunda-feira, dia 23 de Março de 2009 (RTP 1, 21h18, hora oficial portuguesa), de visita a uma maternidade, à conversa com uma pré-mamã: a locutora Ana Galvão.
1. O que faz lei na língua?
Porque é que um Vocabulário Comum é indispensável?
Em face da efectividade do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, pela Academia Brasileira de Letras, há pertinência em elaborar um Vocabulário Ortográfico português?
Qual a posição dos demais países lusófonos a este respeito?
Portugal ainda tem pretensões de «antigo patrono da língua»? E são essas pretensões legítimas?
Eis alguns tópicos em foco no texto do nosso consultor D´Silvas Filho, que neste dia relevamos.
2. Qual a origem das palavras cesariana e fraldas? E porque é que bebé leva só um acento (agudo no português de Portugal e circunflexo no do Brasil)? Diogo Infante, no Cuidado com a Língua! de segunda-feira, dia 23 de Março de 2009 (RTP 1, 21h18, hora oficial portuguesa), de visita a uma maternidade, à conversa com uma pré-mamã: a locutora Ana Galvão.
A Academia Galega da Língua Portuguesa apresentou o Léxico Galego, a ser incorporado no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), na sede da Academia das Ciências de Lisboa, no passado dia 18 de Março — no mesmo dia em que a Academia Brasileira de Letras (ABL) apresentava, em Brasília, o dito Vocabulário. A Academia das Ciências de Lisboa limita-se ao papel de cicerone.
Entretanto, a ABL fez notar que o Art. 2.º do texto do Acordo prevê apenas a elaboração de um vocabulário comum de termos de especialidade, e não um vocabulário ortográfico comum (em confronto com informações que foram veiculadas na imprensa portuguesa). Portanto, o VOLP elaborado pela ABL é legítimo e necessário. O facto de Portugal não ter empreendido esforços para se juntar a esta empresa não lhe deixa grande espaço para criticar a iniciativa.
A ambiguidade é um fenómeno linguístico e ocorre quando uma frase ou palavra aceita mais do que uma análise ou interpretação. Há a ambiguidade lexical, em que os diferentes sentidos da mesma frase se devem à presença de uma palavra com homónimos, e a ambiguidade estrutural, em que as diferentes interpretações são potenciadas pela possibilidade de recortar duas hierarquias sintácticas na frase.
Passemos em revista alguns textos sobre este tema:
1. Os puristas da língua já acabaram? A ortografia serve para auxiliar a pronúncia? Os dicionários da língua publicados no Brasil não são válidos em Portugal? É só ao Governo que compete criar terreno para a elaboração de um vocabulário da língua portuguesa? Eis alguns tópicos de discussão dados à laia de mote por Artur Anselmo, presidente do Instituto de Lexiologia e Lexicografia da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa:
2. Dizer mal quando é necessário, dizer bem quando é justo: Eduardo Cintra Torres elogia dois programas da RTP sobre língua portuguesa dirigidos ao grande público.
Vemos, ouvimos e lemos... asneiras.
Sem moralismos nem ironias: o ensino e o exercício da fala e da escrita correctas em português entraram em colapso. Os dados são objectivos, os exemplos vêm de instituições públicas portuguesas. Inverter esta situação é obrigação de todos. É obrigação do Ciberdúvidas, que aqui faz, semana após semana, o registo do erro. É que, por mais complacentes que queiramos ser, há sempre este primeiro passo: mostrar o erro.
Neste dia, relevamos:
1. No Cuidado com a Língua! de segunda-feira, 16 de Março (RTP 1, 21h18, hora oficial de Portugal continental; com repetição nos restantes canais da RTP), palavras, expressões e curiosidades da língua portuguesa em África serão o tema central. Falar-se-á de África, com a grande, e áfrica, com o a em minúscula. E de termos com origem em línguas africanas como berimbau, cachaça, cacimbo, quitanda, tanga ou quindim. E vamos “a” Maputo, ou vamos “ao” Maputo?
2. O programa de rádio Páginas de Português (Antena 2, domingo, 15 de Março, às 17h00) abordará o (mau) ensino da gramática nas escolas portuguesas e a adopção, finalmente, de uma terminologia linguística uniforme, actualizada, abrangente e consensual no sistema educativo português. E ainda: o termo ninfomaníaca aplica-se às mulheres; e aos homens como será?
3. Sobre o envio de perguntas ao Ciberdúvidas, lembramos que o preenchimento do campo do formulário palavras-chave é muito semelhante à pesquisa no Google. Por isso, agradecemos que os nossos prezados consulentes sigam uma regra essencial: indiquem apenas palavras de significação objectiva, sem aspas nem pontuação, que fixem a ideia central do tema da pergunta; por exemplo:
Palavras-chave: origem formulário
Pergunta/Comentário: Qual é a origem da palavra formulário?
1. Chegam ecos de que nem só de idiomas hegemónicos vive o globo. O guarani, língua indígena sul-americana falada por 15 milhões de pessoas, sobretudo no Paraguai, foi objecto de uma recomendação da Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Desportos do Parlamento do Mercosul com o propósito de lhe ser atribuído o título de idioma oficial desta organização económica, ao lado do espanhol e do português. Contestando a imposição do inglês na vida das empresas, vários sindicatos e associações alemães, franceses, italianos e do Quebeque defenderam o direito de cada funcionário a trabalhar na língua do seu país.
2. Neste dia, a jornalista e escritora portuguesa Clara Ferreira Alves converte-se ao novo Acordo Ortográfico numa crónica divulgada nas Controvérsias. No Pelourinho, revela-se que, em Portugal, a falta de qualidade linguística das propostas de lei deixou descontente o procurador-geral da República, Pinto Monteiro.
3. No programa Língua de Todos de sexta-feira, 13 de Março (RDP África, às 13h15; com repetição no sábado, dia 14, às 09h15), pergunta-se o que falta para o Instituto Internacional da Língua Portuguesa cumprir a sua razão de ser. E porque não se falou das questões da língua, sequer do Acordo Ortográfico, na recente visita do presidente angolano a Portugal?
1. A visita oficial a Portugal do presidente de Angola caracterizou-se pela sua componente meramente económica. E como José Eduardo dos Santos nem sequer se fez acompanhar do seu ministro da Educação, não surpreende — mas estranha-se — que a língua comum não tenha integrado qualquer acordo ora oficializado. A língua comum e, nomeadamente, a questão da aplicação do Acordo Ortográfico no espaço da CPLP, onde Angola assume um papel decisivo… até pelo mais absoluto silêncio das autoridades de Luanda na matéria, até à data. Já para não falar da concretização — ou não, e quando, e como — do que foi anunciado, há menos de um ano, pelo primeiro-ministro português, José Sócrates, precisamente em Luanda: o envio de 200 professores para apoio do ensino secundário em Angola.
2. Se Portugal e Angola desvalorizam a língua que os une histórica e culturalmente nesta passagem de José Eduardo de Santos por Lisboa, o Brasil avança a todo o vapor. Prometido a seu tempo pela Academia Brasileira de Letras, aí está, com lançamento para o dia 19 do corrente mês de Março, a 5.ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), com perto de 350 mil palavras, já actualizado com as novas regras do Acordo Ortográfico. Ver notícia desenvolvida aqui (e também aqui), nomeadamente os critérios adoptados nos diversos pontos omissos, ambíguos ou menos consensuais decorrentes do texto oficial de 1990. São os casos, entre muitos outros, da nova grafia das palavras compostas, com hífen ou sem hífen, ou das formas onomatopaicas.
3. «Este VOLP é a contribuição brasileira para a construção de um Vocabulário Ortográfico Comum, previsto no Acordo», crê o linguista Godofredo de Oliveira Neto, presidente da Comissão Científica do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, a entidade responsável pela articulação da reforma do português escrito. Resta saber se Portugal, Angola e os demais parceiros do Brasil na CPLP unirão ou não esforços — e os meios indispensáveis — nesse sentido.
Neste dia, propomos a leitura dos muitos textos de autores lusófonos sobre a língua portuguesa, de diferentes épocas, que se encontram reunidos na rubrica Antologia. A esta colecção juntámos um novo poema, da autoria de Waldin de Lima, alusivo ao soneto Última Flor do Lácio, de Olavo Bilac (1865-1918). Mas outros escritores têm também a palavra, do século XV à actualidade, do Brasil a Goa: D. Duarte, Camões, Garrett, Eça de Queirós, Machado de Assis, Pessoa, Drummond de Andrade, Mia Couto, Pepetela, entre tantos outros.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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