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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. Deparamo-nos, cada vez mais, com registos escritos que nos fazem franzir a testa. Sinal de dúvida, de incredulidade, de perplexidade e, até mesmo, de assombro e... de horror perante o confronto com algo escrito (quantas vezes em letras garrafais, ostensivamente bem visíveis!), como que a desafiar o olhar convencional do outro, a testar a nossa atenção e..., sobretudo, a avaliar a nossa capacidade de descodificação. A realidade é que, hoje, no nosso dia-a-dia, nos sentimos abalados por dúvidas, inundados de incertezas que, outrora, não tínhamos. Mas isso não implica aceitar o desgoverno da língua ou a liberalização da escrita; veja-se o exemplo do apelo ao Governo para a implantação «o quanto antes» do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (de 1990), feito pelo linguista Malaca Casteleiro, orientador científico do recente Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

2. Não há dúvida de que a língua evolui, ganha novas palavras (neologismos), adopta outras de outras línguas (estrangeirismos) e de outros povos, reflexo das mudanças dos tempos e de uma sociedade em contacto directo, em que as distâncias se esbateram, e que se apropria naturalmente do falar do outro. Atento à realidade do nascimento de neologismos, porque consciente da dificuldade em se manter actualizado na frequência de novas palavras, o Observatório de Neologia do Português (ONP), do ILTEC, pede a colaboração de todos nós na detecção de neologismos para os integrar na sua base de dados.

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1. Pode parecer estranho — e até soar a resposta ao discurso em que Barack Obama proclamou Outubro como o mês da literacia da informação nos Estados Unidos —, mas este Outubro português tem vindo a provar que a nossa luta pela causa da literacia ultrapassou o domínio dos projectos, investiu na rede de bibliotecas escolares, promoveu programas de incentivo e leitura e teve o reconhecimento internacional. No início do mês, International Association of School Librarianship (IASL), a principal  associação internacional no âmbito das Bibliotecas escolares, distinguiu com o prémio IASL School Librarianship 2209 uma professora e bibliotecária portuguesa, Maria José Vitorino, que tem trabalhado como o Programa RBE desde o seu lançamento, em 1996.

2. O lançamento, em 22 de Outubro, de um novo programa — Ler é para já! de incentivo à leitura, «dirigido a jovens e adultos com poucos hábitos de leitura que necessitam de aumentar os níveis de literacia e consolidar as aprendizagens necessárias à qualificação profissional», é a mais recente aposta da Rede de Biblioteca Escolares. O seu grande desafio: «Motivar para a leitura por prazer e contribuir para criar leitores autónomos, propondo a utilização dos recursos das bibliotecas escolares.»

3. Há vida na biblioteca! é uma outra iniciativa, promovida pelo Plano Nacional de Leitura, pela Rede de Bibliotecas Escolares e pela Visão Júnior, aberta às escolas de ensino básico, que propõe a realização de reportagens sobre as bibliotecas escolares.

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1.  Num tempo em que o confronto com o desvio linguístico se tornou banal, o padrão linguístico de cada país de língua portuguesa precisa urgentemente de ser descrito e fixado nos seus diferentes níveis de funcionamento. É, pois, de saudar a recente publicação de Fonética do Português Europeu: Descrição e Transcrição, de António Emiliano, professor de Linguística na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

2. A presença dos estrangeirismos no discurso tornou-se marca de estatuto privilegiado de diferença. Opondo-se a este estado de coisas, o escritor José Saramago apelou para a defesa da língua e criticou a sua «americanização». durante a cerimónia da edição de 2009 do Prémio Saramago, no discurso de elogio da escrita de As Três Vidas, de João Tordo, o vencedor do prémio. «Temos de defender e cultivar a nossa língua. A escrita tem de ser composta por 70% de linguagem, da mesma forma que o nosso corpo é composto por 70% de água» — são afirmações/convicções enunciadas pelo Nobel da Literatura que não deixam espaço para dúvidas.


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1. Não vem nas notícias, mas é um facto: existem já projectos destinados ao apoio à leitura, levado a cabo por voluntários, por exemplo, em hospitais. A iniciativa vai agora ser alargada a jardins-de-infância, escolas e bibliotecas. O Observatório da Língua Portuguesa é o responsável pelo recrutamento de voluntários, e o Plano Nacional de Leitura trata da interface com as instituições de acolhimento.

2. A propósito do lançamento, pela Porto Editora, do Vocabulário  Ortográfico da Língua Portuguesa, sob a responsabilidade de João Malaca Casteleiro,  divulgamos nas Controvérsias duas reacções – que, partindo de posições contrárias quanto à reforma de 1990, convergem ambas na crítica à disparidade de vocabulários ortográficos anunciados ultimamente em Portugal. O primeiro artigo, Do vocabulário comum ao dicionário para toda a CPLP, é da autoria de D'Silvas Filho, pró-Acordo Ortográfico; o segundo texto, Questões morais acerca do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, é subscrito por Francisco Miguel Valada, contra o Acordo Ortográfico.

3. A emissão do Páginas de Português de domingo, 25 de Outubro, às 17h00* na Antena 2, vai ser dedicada à acção de uniformização da ortografia, subjacente a qualquer edição de um vocabulário ortográfico, bem como à presença e à função dos neologismos na ecologia, na ciência e na publicidade.

* Hora oficial de Portugal continental.

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1. Um milhão de mensagens em português registadas no Twitter foi o argumento de peso que levou ao investimento na tradução deste serviço para o português — do Brasil. O Twitter está traduzido do inglês para o japonês, apenas, pelo que o português passará assim a ser a terceira língua "twitterana".

2. A 14.ª edição da Feira Internacional de Macau arranca neste dia com 288 delegações de 61 países e regiões, entre os quais sete países de língua portuguesa — um bom sinal de fortalecimento do português como língua de trabalho.

3. A sensibilização da sociedade para as novas regras do Acordo Ortográfico é o objectivo de um projecto da Universidade dos Açores, com múltiplas vertentes.

4. Na emissão do Língua de Todos de sexta-feira, 23 de Outubro, às 13h15*, na RDP África (com repetição no dia seguinte, às 09h15*), o linguista angolano Alexandre Chicuna disserta sobre portuguesismos, neologismos e sua dicionarização na língua kyombe, de Cabinda.

* Hora oficial de Portugal continental.
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Historicamente, o hábito e a possibilidade de todos lerem a Bíblia nas regiões protestantes era visto como indício de progresso social, em contraste com Espanha, Portugal e outros reinos católicos, considerados mais repressivos e menos empenhados na alfabetização dos súbditos. Essa época já vai longe: no mercado português deu-se o lançamento da A Bíblia para Todos, cuja promessa é verter o texto bíblico em moldes do português moderno. Curiosidade suplementar: a coincidência, no tempo e no espaço, da publicação de Caim, o novo livro de José Saramago, onde o prémio Nobel português recria de forma polémica a história milenar de Caim e Abel (Génesis, 4: 1-16).

Cf. As línguas da Bíblia

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É recente: a Lei n.º 5033 proíbe, no município do Rio de Janeiro, a utilização de estrangeirismos em cartazes publicitários. Os prevaricadores sujeitam-se a uma multa pesada e, em caso de reincidência, à suspensão do alvará.

Este tipo de documento legal tem antecedentes no Brasil. O mais célebre é o Projecto de Lei n.º 1676/99, do deputado federal Aldo Rebelo, que proíbe liminarmente o uso de estrangeirismos, mesmo em vocabulário técnico.

A lei é polémica, mas sem dúvida que já produziu efeitos positivos, designadamente a publicação do livro Estrangeirismos: Guerras em torno da Língua, uma colectânea de artigos de Marcos Bagno, John Robert Schimitz, José Luiz Fiorin, Sírio Possenti e Carlos Alberto Faraco, este último, organizador do volume. A nota do editor é promissora: «O livro tem origem num equívoco, o Projecto de Lei n.º 1676/99». Leia aqui a recensão.

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1. Os erros de língua não são todos iguais: nem em gravidade, nem no que toca à detecção do grau de incompetência linguística do falante. Um rápido relance sobre alguns textos de imprensa permite perceber isso mesmo.

2. Já está disponível a versão actualizada, segundo o Acordo Ortográfico, do corrector do Word. Deixamos aqui a ligação para o download da variedade do português do Brasil.

3. Foi notícia: pela primeira vez uma editora venezuelana distribui livros escolares de língua portuguesa, em parceria com a portuguesa Lidel.

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1. Mais cedo do que se esperava, anuncia-se o lançamento, pela Porto Editora, de um vocabulário que aplica o Acordo Ortográfico de 1990 (AO 90) ao português europeu. A obra, intitulada Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, tem orientação científica de João Malaca Casteleiro e será apresentada por Fernando Cristóvão no Auditório do Padrão dos Descobrimentos (Lisboa), no dia 21 de Outubro, pelas 19h00*.

Recorde-se que, paralelamente, existem mais duas iniciativas, também com a finalidade de elaborar em Portugal um vocabulário conforme ao AO 90: uma, da Academia das Ciências de Lisboa; e outra, sob a responsabilidade do Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC). Resta saber qual vai ser a obra a reunir critério, rigor e legitimidade como novo guia ortográfico oficial para a variedade portuguesa da língua comum. Entretanto, assinale-se novamente que, depois de alguma polémica gerada por certas grafias do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (5.ª edição conforme ao AO 90) da Academia de Letras Brasileira, foram publicadas recentemente duas listas de aditamentos e correcções. Outra questão, tão ou mais importante, que continua em aberto: e para quando o tão indispensável Vocabulário Comum aos oito países da CPLP, conforme o estipulado no artigo 2.º do Acordo Ortográfico de 1990?

2. Na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, vai realizar-se a III Conferência Internacional do Plano Nacional de Leitura nos dias 22 e 23 de Outubro (mais informação aqui). Deste evento dará notícia a emissão do Páginas de Português de domingo, 18 de Outubro, às 17h00* na Antena 2, na qual também se assinalam os 25 anos da Associação Portuguesa de Linguística, com uma conversa com a sua presidente, Ana Maria Brito. No programa, falar-se-á, ainda, da carta vencedora da rubrica “Uma carta é uma alegria da terra”, em colaboração com os CTT, Correios de Portugal, patrocinadores oficiais do Ciberdúvidas, juntamente com a Fundação Vodafone, o Ministério da Educação português e a Universidade Lusófona.

* Hora oficial de Portugal continental.

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1. Muitos jornalistas portugueses mostram falta de alinho no que escrevem. No Pelourinho, Joaquim Vieira e João Alferes Gonçalves dão exemplos.

2. Na emissão do Língua de Todos de sexta-feira, 16 de Outubro, às 13h15*, na RDP África (com repetição no dia seguinte, às 09h15*), a linguista Fernanda Pratas explicará o que são eventos e subeventos do cabo-verdiano. No programa, também se falará da diferença entre um regionalismo e um dialecto.

3. Na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, vai realizar-se a III Conferência Internacional do Plano Nacional de Leitura nos dias 22 e 23 de Outubro. A entrada é livre (mais informação aqui).

* Hora oficial de Portugal continental.