1. O anglicismo blog foi aportuguesado como blogue, a cuja família pertencem blogosfera e bloguístico. Do mesmo grupo também fazem parte as palavras bloguista e blogueiro, com o significado de «autor de blogues» e de «pessoa que costuma acessar blogues» (Dicionário Houaiss, 2009), que, em Portugal, se vêem suplantadas pelo inglês blogger. Entretanto, este empréstimo aparece adaptado sob a forma bloguer num jornal português. Assim se traça um percurso neológico, que Paulo J. S. Barata comenta em O Nosso Idioma.
2. Também nos estrangeirismos se centra a actualização do consultório, não esquecendo a sintaxe, a semântica, os estudos literários e os critérios bibliográficos. Estes conteúdos e os das demais rubricas encontram-se disponíveis igualmente no Facebook.
1. Em O Nosso Idioma, Maria Regina Rocha comenta a génese de presidenta, para recomendar a forma presidente também em referência a mulheres. No Pelourinho, José Mário Costa sugere que os clubes de futebol portugueses sejam mais assertivos no uso do português.
2. Nas novas respostas do consultório, entre tópicos relativos à pronúncia, à ortografia, à semântica e à sintaxe, o relevo vai para a expressão latina a priori, para assinalar que esta não tem plural. Uma selecção destes e dos demais conteúdos do Ciberdúvidas está disponível também no Facebook.
Queira-se, ou não, o inglês ainda é a língua franca, quer em áreas científicas, quer em áreas do conhecimento e convivência geral. Aliás, o número de falantes não nativos do inglês ultrapassa largamente o número de falantes nativos. O que tem alguma novidade é a tese do belga Philip van Parijs, segundo a qual a unidade linguística, neste caso, a universalidade da proficiência média em inglês, é condição para a aceleração da democratização mundial — o que traz um desígnio moral à aprendizagem e ao ensino daquela língua.
A aplicação do Acordo Ortográfico em Portugal continua a dar que falar, com recentes tomadas de posição a favor da sua «suspensão imediata» pelo novo Governo PSD/CDS. Com uma resposta, já, do respetivo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, em declarações à agência Lusa: «Vamos prosseguir o trabalho de implementação, porque é um caminho sem retorno.» Na decorrência, aliás, do que, sobre este tema, está consignado no Programa do XIX Governo Constitucional de Portugal (págs.126-127).
Recorde-se que, em 9 de Dezembro de 2010, ainda na vigência do Governo de José Sócrates, foi aprovada a Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011 sobre a entrada em vigor do Acordo Ortográfico em Portugal. Aí se determina a sua aplicação nos ensinos básico e secundário português no ano lectivo de 2011-2012, a partir de Setembro deste ano, e, depois de 1 de Janeiro de 2012, em todos os demais serviços, organismos e publicações oficiais do Estado português, incluindo o Diário da República.
Lusa, RTP e vários jornais e publicações, como os do grupo Impresa ou o diário desportivo Record, Universidade Lusófona e Portugal Telecom (PT) são algumas outras entidades que já começaram a reger-se conforme as novas regras da ortografia do português.
Cf. Acordo Ortográfico em vigor em Portugal desde 13 de maio de 2009 + O tratado internacional vinculativo do Acordo Ortográfico + Acordo Ortográfico nas escolas portuguesas em setembro de 2011 e três meses depois nos demais organismos do Estado + Novamente a posição do Ciberdúvidas quanto ao Acordo Ortográfico + Ainda o Ciberdúvidas e o Acordo Ortográfico
O que é de uso corrente em português pode revelar grandes dificuldades para o estudante estrangeiro. Refira-se, por exemplo, a diferença entre ser e estar, permanente quebra-cabeças para falantes que tenham por língua materna o francês, o inglês ou o alemão, visto estas línguas, à semelhança de muitas outras, não conhecerem a lexicalização de tal contraste. Precisamente sobre este tópico, uma das novas respostas em linha explica como «estar casado» não significa exactamente o mesmo que «ser casado». As restantes questões abordadas neste dia dizem respeito à ortografia, ao género gramatical, à formação de palavras, aos topónimos e às figuras de estilo.
Recorde-se que se encontra disponível também no Facebook uma selecção destes e dos demais conteúdos do Ciberdúvidas.
1. De certo modo a propósito da polémica à volta de «a presidente» e «a presidenta», chegam ecos da Suécia, acerca dum estabelecimento de educação pré-escolar, onde se evitam marcas linguísticas de masculino ou feminino, para afastar a interferência de estereótipos sexuais no desenvolvimento das crianças. Uma das estratégias adoptadas consiste no uso, em sueco, de uma forma pronominal neutra (hen) em lugar das formas han e hon, equivalentes a ele e ela, respectivamente. Não havendo género neutro no sistema de pronomes pessoais do português, que soluções proporiam os defensores de um projecto educacional semelhante em qualquer país da CPLP?
2. Respostas sobre léxico, sintaxe e estilística preenchem a actualização do consultório. Como sempre, no Facebook, encontra-se igualmente disponível uma selecção destes e doutros conteúdos.
1. Voltam as respostas do consultório, distribuídas por temas variados. Estão assim em foco:
2. Não esquecer: uma selecção dos conteúdos do Ciberdúvidas está também disponível no Facebook.
1. Em tempo de marcada renovação política em Portugal, é altura de estar atento aos novos processos de construção de auto-imagem e às estratégias de contra-ataque e defesa na arena do discurso político. Clientelas, boys, offshores, favorecimentos... são palavras que todos querem ver erradicadas de uma vez por todas da gestão da coisa pública. Mas, atenção, este não é um problema de semântica, como, erradamente, a imprensa propala.
2. Ainda a propósito da vida política portuguesa, a eleição de Assunção Esteves para a presidência da Assembleia da República reacende a mesma polémica gerada no Brasil pela ascensão de Dilma Rousseff ao cargo de chefe do Estado: diz-se «a presidente», ou «a presidenta»? As respostas não são consensuais, como se conclui da leitura de três pareceres, disponíveis na rubrica O Nosso Idioma.
3. No programa Língua de Todos de sexta-feira, 24 de Junho (às 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, dia 25, às 9h15*), entrevista-se António Bastos Silva, reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Ilhéus, Bahia) sobre as relações Portugal-Brasil-África e o reforço dos laços de cooperação, académicos e linguísticos, temas debatidos no encontro entre a Universidade Aberta e a Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais. E, ainda: quando se deve empregar «de mais» e «demais»? Por seu lado, a emissão do Páginas de Português de domingo, 26 de Junho (às 17h00*, na Antena 2), é dedicada à herança grega na língua portuguesa. E, em tempo de crise, será que uma língua, como a portuguesa, baixa de cotação? E o que se fez dos 30 milhões de euros atribuídos ao Fundo da Língua pelo Governo cessante? Finalmente: a origem e o significado da expressão «ver-se grego».
4. No programa Cuidado com a Língua** (segunda-feira, 27 de Junho, às 21h05*, na RTP 1), apresentado por Diogo Infante, com a locução de Maria Flor Pedroso e a participação da actriz Luísa Ortigoso, fala-se de peixes e de algumas expressões populares, como «pescadinha com rabo na boca» ou «chegar a brasa à sua sardinha». E também dos vários sentidos da palavra truta, em Portugal e no Brasil. E porque é que é «(meter-se numa) salgalhada», e não «(meter-se numa) salganhada»?
5. As festas dos santos populares (Santo António, São João e São Pedro) são conhecidas no Brasil como «festas juninas». Reveles é a forma de um apelido (ou sobrenome). «Vir ao caso» é uma expressão fixa. Estes e outros apontamentos linguísticos preenchem as novas respostas do consultório, igualmente acessíveis no Facebook.
6. As actualizações do Ciberdúvidas regressam na segunda-feira, 27 de Junho, depois do feriado do Corpo de Deus (ou Corpus Christi, em latim), em Portugal.
* Hora oficial de Portugal continental.
** Com repetição nos demais quatro canais da televisão pública portuguesa, ficando ainda disponível na página da RTP na Internet, aqui.
1. Graças à sua herança cultural, Macau constitui uma plataforma favorável à aproximação entre a República Popular da China e os países da CPLP. Contudo, a conservação da língua portuguesa nesse território revela-se problemática, de acordo com o diagnóstico do presidente da Associação dos Macaenses, Miguel Senna Fernandes, que deixa um alerta: «Há muito macaense que deixou de falar português.»
2. Neste dia, de solstício, chegam o Verão, ao hemisfério norte, e o Inverno, ao hemisfério sul. Por isso, sobre a etimologia dos nomes das estações do ano, retomamos a consulta de um apontamento de Maria Regina Rocha, em O Nosso Idioma.
3. A sintaxe é o tema forte de mais uma actualização do consultório, na qual há ainda lugar para um caso de pleonasmo, bastante difundido no uso. Como sempre, uma selecção das respostas e dos conteúdos das demais rubricas pode ser consultada no Facebook.
1. No Brasil, o numeral bilião (ou, mais comummente, bilhão) significa «mil milhões», mas em Portugal a palavra é sinónima de «um milhão de milhões». No Pelourinho, José Mário Costa refere-se ao uso lusitano no contexto da crise financeira de alguns países europeus.
2. Nas novas respostas do consultório, fala-se, entre outros temas, do advérbio tampouco, de adjectivos compostos, do plural de sobrolho, de regência e de ortografia. Uma selecção destes e doutros conteúdos do Ciberdúvidas pode igualmente ser consultada no Facebook.
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