A melhor maneira de promover a língua portuguesa é criar as condições para que ela seja abundantemente ensinada, com os melhores meios e recursos. No Brasil, esta consciência é muito clara. A Divisão de Promoção da Língua Portuguesa (DPLP) atua em mais de 40 países por intermédio da Rede Brasileira de Ensino no Exterior (RBEx), de que fazem parte os Centros Culturais Brasileiros, os Institutos Culturais Bilaterais e os leitorados. Por sua vez, a presença de professores brasileiros em Timor-Leste é necessária e bem-vinda.
O Ciberdúvidas, nas secções Ciberescola e Cibercursos, concorre também para este desígnio, através da disponibilização gratuita de exercícios interativos e materiais de ensino, assim como através de cursos a distância, realizados por videoconferência (presentemente com candidaturas abertas). A Ciberescola é também, por isso, um espaço de partilha e de interação com todos os alunos e professores de Português Língua Estrangeira (PLE). Deixamos neste dia alguns conselhos que podem ser úteis na condução de aulas de português para estrangeiros.
A abertura à comunidade de professores e alunos de PLE estende-se ao Facebook, através do nosso grupo (aberto), onde recebemos sugestões e opiniões de todos quantos acompanham o nosso trabalho, e através desta página. Há também o nosso blogue, destinado igualmente a divulgar as ações que empreendemos.
Uma das novas questões em linha aborda um caso curioso, o da diferença entre criação e "creação", que teve grande sucesso entre o século XVII e princípios do séc. XX, mas que hoje não é aceite. Embora se trate da mesma palavra, criação, a valorização de uma das respetivas aceções por determinados meios religiosos e filosóficos ditou o aparecimento de um vocábulo com direito a grafia própria, "creação". Este exemplo pode ilustrar uma atitude voluntariosa perante as realidades linguísticas, a que o investigador brasileiro Mário Viaro (Etimologia, Lisboa, Editora Contexto, 2011, p. 109) chama "vaugelasianismo" (de Claude Favre de Vaugelas, que viveu entre 1585 e 1650), ou seja, a tentativa de corrigir as línguas, moldando-as artificialmente a certos esquemas ideais.
Com a introdução do inglês no 1.º ciclo, Portugal entra para o grupo dos países europeus que mais cedo introduzem uma segunda língua no ensino obrigatório. A tendência é claramente para baixar a idade de aprendizagem de uma língua estrangeira: em Malta, o ensino de uma língua estrangeira começa aos 5 anos; na comunidade germanófona da Bélgica, as crianças começam a aprender o francês aos 3 anos. Ler notícia aqui.
O prometido é devido: o candidato à câmara de Genebra prometeu que o ensino do português seria uma realidade nas escolas primárias daquele cantão, e agora está em marcha a petição para um referendo que legitime popularmente uma pretensão defraudada. A petição foi lançada por famílias portuguesas e brasileiras. Ler notícia aqui.
Elsa Rodrigues dos Santos, presidente da Sociedade da Língua Portuguesa, faleceu na quarta-feira, 19/09/2012, em Faro, em cujo hospital fora internada de urgência, vítima de sépsis. Natural de Lourenço Marques, atual Maputo, Moçambique, Elsa Rodrigues dos Santos era licenciada em Filologia Românica, com o mestrado em Literaturas Brasileira e Africanas de Língua Portuguesa pela Faculdade de Letras de Lisboa. Foi professora do ensino secundário e professora convidada da Universidade Lusófona e do Instituto Superior de Ciências Educativas. Autora de várias obras, entre elas As Máscaras Poéticas de Jorge Barbosa e a Mundividência Cabo-Verdiana, de 1989, ou ainda Jorge Barbosa – Poesia Inédita e Dispersa, assinou ainda ensaios e estudos, entre eles trabalhos sobre os poetas Corsino Fortes e Arménio Vieira, centrando grande parte da sua atividade na divulgação de outros autores de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Foi ainda coautora do livro Grandes Dúvidas da Língua Portuguesa. O Ciberdúvidas fica-lhe a dever a sua continuação, graças ao papel que teve, conjuntamente com os seus pares da direção da SLP, depois do desaparecimento de João Carreira Bom.
[Ver, ainda, Francisco José Viegas salienta defesa da língua portuguesa por Elsa Rodrigues dos Santos + Em defesa da língua portuguesa + Quo vadis, Educação?]
Em Portugal, o Conselho de Ministros aprovou no dia 13 de setembro p.p. a alteração ao regime do Ensino do Português no Estrangeiro (EPE), que prevê nomeadamente o pagamento de uma propina (taxa) de 120 euros para os alunos dos cursos paralelos de iniciativa do Estado português. O Conselho de Ministros aprovou também hoje o aumento para dois anos da comissão de serviço dos professores e leitores do EPE, pelo que os concursos para o recrutamento passam a ser bienais. Ler notícia completa aqui.
Em Portugal, no contexto da controvérsia sobre a aplicação das novas Metas Curriculares, que abrangem a disciplina de Português do ensino básico, uma investigadora da Faculdade de Psicologia, Dulce Gonçalves, lançou recentemente o livro Metas, Mitos e Desafios, onde mostra como os novos indicadores, no que toca ao desempenho em fluência de leitura, deixam de fora mais de metade dos estudantes das turmas e escolas integrantes do projeto de investigação que desenvolve. Ler reportagem completa aqui.
Três meses depois da forçada interrupção no seu normal funcionamento, o Ciberdúvidas regressa com o consultório de novo acessível a novas perguntas para novas respostas. Regressam igualmente as atualizações diárias das demais dez rubricas do Ciberdúvidas, sempre que for caso disso.
É um regresso só possível graças à generosa resposta de um punhado de amigos do Ciberdúvidas, juntos numa campanha ("SOS Ciberduvidas") de recolha de fundos que ajudem às despesas de manutenção deste serviço de esclarecimento, debate e informação sobre a língua portuguesa, único em todo o espaço da lusofonia. A eles deixamos aqui o nosso público e sentido reconhecimento.
À Fundação Vodafone, único patrocinador que resta ao Ciberdúvidas, assim como à Universidade Lusófona, que continua a disponibilizar as instalações onde funciona o Ciberdúvidas em Lisboa, também dirigimos o nosso reiterado agradecimento.
Todos quantos por esse mundo fora nos consultam regularmente e queiram também participar no “SOS Ciberdúvidas” podem solicitar todos os esclarecimentos via o endereço sosciberduvidas@gmail.com.
Como anunciado, as atualizações diárias do consultório do Ciberdúvidas e das demais 10 rubricas regressam, na segunda-feira, dia 17 do corrente mês de setembro. Posteriormente, e logo que tecnicamente isso seja possível, o Ciberdúvidas ficará com um novo grafismo e com outras ferramentas informáticas. São melhorias que, esperamos, facilitarão a pesquisa do nosso vasto e tão diversificado arquivo de mais de 40 mil textos à volta da língua portuguesa.
Para este regresso foi decisivo o movimento de apoio de um grupo de amigos, que generosamente se propôs promover uma recolha de fundos para ajudar o Ciberdúvidas a enfrentar as dificuldades financeiras que têm afetado a sua atividade nos últimos meses (cf. SOS Ciberdúvidas). Dele daremos notícia desenvolvida, proximamente.
Convém não esquecer que o Ciberdúvidas também promove a língua portuguesa com a produção de dois programas de rádio. Vale a pena saber, portanto, que a emissão do Língua de Todos, na sexta-feira, 14 de setembro (às 13h15, na RDP África; com repetição no dia seguinte, às 09h15), incluirá uma conversa com a professora Ana Josefa Cardoso sobre o secular convívio do português com o crioulo cabo-verdiano. No domingo, 16 de setembro, o programa Páginas de Português (pelas 17h00, na Antena 2) terá como temas centrais o ensino do Português no estrangeiro e o projeto do Plano Nacional de Leitura, “Conta-nos uma História”.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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