Em Portugal, com a visita da chefe do governo alemão, Angela Merkel, mais uma vez a comunicação social se defronta com o feminino de chanceler: diz-se «a chanceler», ou «a chancelerina»? Ambas as palavras estão corretas, mas casos como este, de concorrência vocabular, são muitas vezes resolvidos pela prevalência de apenas uma das formas. Muito dependerá certamente da continuidade no cargo desta ou de outras figuras femininas.
Nesta atualização, também se denuncia a falta de clareza da língua usada em Portugal, nas instâncias oficiais e na vida política — o diagnóstico é feito pela linguista Ana Martins, em artigo publicado no jornal Público e disponível no Nosso Idioma. Finalmente, no consultório, fala-se de história da língua e de sintaxe dos verbos, não esquecendo os diferentes registos linguísticos, distinção essencial para a seleção das palavras mais adequadas a um dado contexto de comunicação.
Em relevo na nova atualização alguns casos de palavras e estruturas em concorrência: fritar e frigir; corretor e consultor; «sonhar em» e «sonhar com». Regressa igualmente a semântica das preposições, a par da discussão de certas convenções gráficas.
Em Portugal, foi recentemente publicado no Diário da República o novo diploma legal que regula o ensino português no estrangeiro. Entre outras matérias, as novas disposições legais regem a avaliação de professores, a certificação dos alunos, o pagamento de propinas e a carga horária das turmas daquela rede. Consultar o documento legal aqui.
O presidente do Instituto Politécnico de Macau, Lei Heong Iok, admite que faltam mais tradutores capazes de verter textos literários entre as línguas chinesa e portuguesa e espera que a instituição de ensino que dirige possa ajudar a colmatar essa lacuna. Para tal está na forja a criação do Centro Pedagógico e Científico de Português. Este centro vai trabalhar nas áreas de ensino, formação, preparação de materiais e também na área de tradução.
Neste dia, sugerimos a leitura do artigo do professor brasileiro Anderson Fávero Rodrigues no jornal Cruzeiro do Sul, sobre o ensino da gramática e da língua portuguesa em geral: «Situações-problema ou temáticas desafiadoras exigiram (e exigem) dos alunos — não apenas dos universitários — a interligação de uma série de conhecimentos prévios. Até aí, cada disciplina tinha, aparentemente, sua historicidade, sua exatidão e seus movimentos devidamente respeitados, a não ser por um detalhe: a Língua Portuguesa. Não, a língua pátria nunca foi agente desrespeitador! Ao contrário, era (ou ainda é) o paciente desrespeitado.»
Neste dia, salientamos um artigo com a chancela da Universidade Federal da Paraíba, Brasil, onde se apresentam sugestões de como abordar o ensino do texto poético. Altamente recomendável para professores e educadores.
Ainda no Brasil, assinala-se a comemoração do Dia Nacional da Língua Portuguesa, instituído em 2006 pelo antigo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Porque não associar-se Portugal à celebração desta data?
Quem diria que a origem do apelido/sobrenome Guerra não apenas evoca conflitos sangrentos mas também pode relacionar-se com a história diabólica da Dama Pé-de-Cabra, que Alexandre Herculano tão bem glosou ao estilo romântico e Paula Rego ilustrou já no nosso tempo? É o que revela uma das novas respostas, neste dia centradas no estudo dos nomes próprios, para comentarem também a grafia de Pereira e a etimologia de um topónimo bem curioso, Nariz (Aveiro).
E porque em Portugal a data de 1 de novembro é marcada por um feriado, dedicado não às bruxas, mas a «Todos os Santos», as atualizações do Ciberdúvidas regressam na segunda-feira, 5 de novembro.
Enquanto a ministra francesa do Ensino Superior, Geneviève Fioraso, considerou que a língua portuguesa nas universidades francesas é uma disciplina «rara», no Japão recrudesce a procura de aulas desse idioma, muito por resultado do interesse económico que o Brasil tem despertado nos últimos anos. O eurodeputado por Portugal, do CDS-PP, Nuno Melo invocou o número de falantes do português no mundo como argumento para a sustentabilidade da oferta desta língua nas universidades europeias. Mas, em muitas matérias, como nesta, os números elevados, só por si, são condição necessária, não suficiente, para o florescimento do português no mundo.
Sugerimos neste dia a consulta de um guião de aula da disciplina de Linguística Computacional Interativa, lecionada na PUC–Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), em que se apresentam e exemplificam as vantagens e os desafios do ensino veiculado exclusivamente em linha.
No corrente ano letivo, triplicou o número de candidatos às bolsas de estudo que a embaixada de Portugal em França atribui a lusodescendentes no ensino superior. As bolsas são distribuídas com o patrocínio da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e de privados.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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