A respeito do falar do Nordeste do Brasil, um consulente afirma que «alguns nordestinos, quando vão a São Paulo ou a outros lugares [...], ficam receosos de abrir a boca para que não passem por constrangimento». Estarão mesmo erradas as pronúncias dialetais? Não haverá aí preconceito? A resposta faz parte da nova atualização do consultório, que integra ainda comentários sobre a grafia de Margem Sul, o uso dos termos tradutológico e tradutório, a boa formação de adaptativo e a diferença entre quadro e tabela. Todas estas respostas, bem como os demais artigos aqui em linha, estão igualmente acessíveis pelo Facebook e por uma aplicação para smartphones (com apoio da Fundação Vodafone).
Para falar do substantivo massacre, evoca-se um momento triste da história de Lisboa. No meio da crise que afeta Portugal e outros países da Europa, ocorre usar establishment, um anglicismo que lembra movimentos de contestação antigos e modernos. Paradoxalmente, o advérbio agora pode referir-se ao passado real ou ficcionado. Tais são os tópicos em foco nas novas respostas em linha, que, como habitualmente, se encontram igualmente disponíveis no Facebook e numa aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
«Última marca de um império que já não existe», para uns, e «património de ideias, sentimentos, monumentos e documentação» de «territórios e populações ligados pela língua», para outros: assim concebem a lusofonia duas perspetivas antagónicas sobre o passado e o futuro do português. Acerca deste tema, num novo texto em linha nas Controvérsias, a linguista Ida Rebelo nega que se trate de uma «invenção fascista e manipuladora» e considera: «Dizer [isso] é como insistir que temos de pertencer a qualquer coisa, menos à língua que nos serve de instrumento de expressão e crescimento.»
Passando da política da língua à discussão do uso e da norma, a atualização do consultório retoma certos tópicos de fonologia, morfologia e léxico com interesse para professores e jornalistas. Regressa também o Correio, para dar conta de como pululam os erros linguísticos em certo canal de televisão português. Como sempre, estes e outros conteúdos encontram-se igualmente disponíveis no Facebook e numa aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
Exaltam-se os ânimos no futebol português, a ponto de adeptos, jogadores e até dirigentes cometerem atropelos linguísticos. No Pelourinho, Paulo J. S. Barata deteta um sinal dessa turbulência emocional na confusão de «dar cobertura» com «pôr cobro». Perplexidade é mais a reação suscitada pela ocorrência da palavra bodum num texto do escritor português Mário Cláudio, conforme se manifesta numa das novas questões em linha no consultório, onde ainda se comentam casos de aumentativo e modificador do nome. Lembramos que estas e outras respostas se encontram disponíveis no Facebook e estão acessíveis numa aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
Não anda esquecido o debate à volta da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 (AO). No artigo "O português na encruzilhada", publicado no semanário Expresso em 2 março de 2013 – e disponível na rubrica Acordo Ortográfico –, Margarita Correia, vice-presidente do Instituto de Linguística Teórica e Computacional, reafirma que «o AO é aplicável e está efetivamente em uso», acrescentando que, dos cidadãos que contra ele se têm manifestado publicamente, se espera «que o façam com verdade, transparência, espírito construtivo e civilidade».
No consultório pergunta-se: donde provirá a expressão «(ser) um pagode»? Como se pronuncia o topónimo A da Gorda (Óbidos)? E cocuruta é o mesmo que cocuruto?
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A segunda edição do Rota das Letras – Festival Literário de Macau realiza-se a partir de 10 de março, contando com mais de 30 autores lusófonos e chineses, de áreas de expressão que vão da literatura ao cinema passando pela música e artes plásticas. Fundado em 2012 pelo jornal Ponto Final, o festival, que tem o apoio da Fundação Macau e do Instituto Cultural de Macau, vê a representação de Portugal assegurada pelo escritor Valter Hugo Mãe, por Dulce Maria Cardoso e pela romancista Deana Barroqueiro. No painel dedicado à literatura e humor estão Rui Zink e Ricardo Araújo Pereira. Mais informação no sítio desta iniciativa.
No contexto da crise que se vive no país, a comunicação social portuguesa adotou uma nova palavra, ao que parece, criada nas redes sociais: "grandolar"*. Deriva do substantivo próprio Grândola, nome de uma cidade alentejana, e significa «interromper um político com a canção "Grândola, Vila Morena", como protesto». O novo verbo refere-se, portanto, não diretamente à cidade mencionada, mas, sim, à famosa canção "Grândola Vila Morena", de José Afonso, a qual assinalou o 25 de abril de 1974 e a chamada "Revolução dos Cravos", que conduziram à instauração do atual regime democrático de Portugal. Recordemo-la, na voz do seu autor, aqui.
*Tem o derivado grandolada e a variante grandolizar, donde deriva grandolização, todas atestáveis na Internet. Ver aqui.
Para o jornalista Luís Osório, em artigo publicado no semanário Sol , em 19/2/2013, o ensino da língua materna é «um crime contra o futuro» e «uma viagem aos infernos». Diz ele: «Na disciplina de Português não se viaja pelo pensamento. Atraca-se num lodo de gramática, campo árido para burocratas da língua que são o prolongamento de tudo o resto.»
Negando esta visão traumática, Sandra Duarte Tavares considera, nas Controvérsias, que a escrita de bons textos não dispensa nas aulas a explicitação das regras gramaticais. E, no Pelourinho, um apontamento de Paulo J. S. Barata sublinha a importância das noções de sujeito e predicado para o uso adequado da vírgula. Finalmente, no consultório, para sossego dos mais preocupados, revela-se que saber o que são sinónimos não é crime.
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O Pelourinho disponibiliza o texto de despedida do provedor do leitor do jornal Público, José Queirós, que deixa uma advertência generalizável a certa escrita jornalística de hoje. Na rubrica Acordo Ortográfico, um artigo também originalmente publicado no Público, da autoria do tradutor Jorge Candeias, contesta os números apresentados em A Falsa Unidade Ortográfica. Quanto às novas respostas em linha, releva-se a diferença entre provérbio e expressão idiomática bem como a questão (da falta) do uso do artigo definido na Lei n.º 46/2005, sobre a limitação dos mandatos dos autarcas portugueses.
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Em Portugal, as metas curriculares da disciplina de Português, publicadas em agosto de 2012, continuam a gerar polémica, desta vez, por causa das metas de fluência de leitura oral. Espera-se, por exemplo, que um aluno do 4.º ano de escolaridade saiba ler, no mínimo, 125 palavras por minuto (pág. 28), valor muito acima dos máximos apurados em programas de monitorização do desenvolvimento desta competência. José Morais, professor catedrático da Universidade Livre de Bruxelas e coautor das referidas metas, declara que a opção tomada foi a de «apresentar um valor aproximado para ser obtido». Para Dulce Gonçalves, professora e investigadora da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, os valores fixados são absurdos, se não mesmo inexplicáveis, atendendo à investigação recente. Sobre este assunto, o programa Sexta às 9 (RTP1) dedicou uma reportagem, acessível aqui (ver a partir dos 17' 20").
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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