Não confundir uma sigla (termo formado pelas iniciais das palavras que lhe deram origem e que se pronuncia letra a letra) com um acrónimo (termo formado pela junção de sílabas ou letras iniciais, que se pronuncia como uma palavra).
Todas as palavras iniciadas pelo W são de origem estrangeira ou, quase sempre, de entrada recente no Português. Casos de <B<WAD (mineral de magnésio), wagneriano, walkman, washingtoniano,wellingtoniano, western, whisky (já com a variante aportuguesada de UÍSQUE), workshop, etc. Ou em substantivos formados de nomes estrangeiros como darwinismo/darwinista. O W também é utilizado no vocabulário geográfico de origem estrangeira, como Wellington ou Washington. Passa-se o mesmo com as palavras começadas e/ou com o K, como, por exemplo, Kuwait. Cf. letra W.
Palavra inglesa sem equivalente em Português, do domínio universal. Deve ser usada em itálico (zoom) ou entre aspas ("zoom"). No Brasil, usa-se o aportuguesamento zum, que dispensa aspas (cf. Dicionário Houaiss).
Feminino e não masculino. De (a) «síndrome da imunodeficiência adquirida». Termo já substantivado na língua portuguesa: portanto, com minúscula («a sida»). No Brasil optou-se pela sigla AIDS, da palavra em inglês: "Acquired ImmunoDeficiency Syndrome". Cf. BARBARISMOS.
Plural da palavra latina "MEDIUM" (e não o "media/os" "medias"). Inaportuguesável (órgão de comunicação social), ao contrário do derivado MEDIÁTICO. Que se pronuncia "média" — e não "mídia", à inglesa.
[Algumas expressões latinas mais utilizadas, que se pronunciam à portuguesa: ad hoc –- para isso, para tal fim, de propósito; a posteriori – pelas razões que vêm depois; a priori – pelas razões anteriores; deficit – falta; défice; saldo negativo num orçamento; ex aequo – com igual mérito; facies – aspeto, semblante, expressão; grosso modo – de modo grosseiro, por alto, pouco mais ou menos; honoris causa – a título de honra; ibidem – aí mesmo (quando se faz uma citação de um livro já citado); idem – o mesmo; in loco – no lugar, no mesmo lugar; ipsis verbis – pelas mesmas palavras; lapsus linguae – lapso de língua (para justificar uma falta); lato sensu – em sentido lato; motu proprio – espontaneamente; per capita – por cabeça; sine die – sem dia, sem data fixa, pronunciando-se /siné dié/; sine qua non — condição (sem a qual, não) indispensável; statu quo – o estado em que as coisas estão; stricto sensu – em sentido estrito; superavit – saldo positivo, excesso; urbi et orbi – por toda a parte (à cidade e ao mundo); numerus clausus – número fechado, limitado].
Segundo a norma ortográfica de 1945, ss palavras compostas com este prefixo levam hífen, quando o segundo elemento começa por vogal, h, r ou s: [infra-som, infra-estrutura; infravermelhos]. Com a entrada em vigordo Acordo Ortográfico de 1990, e segundo a Base XVI, o prefixo infra- (e todos os prefixos ou elementos prefixais com o mesmo contexto ortográfico, isto é, terminados na letra a-) passaram aglutinar-se sempre com o elemento seguinte, sem hífen, excepto se este começar por a (ex.: infra-assinado) ou h (ex.: infra-humano). No caso de o elemento seguinte começar por r ou s, essas consoantes devem ser dobradas (ex.: infrarrenal, infrassom). Cf. Os elementos de composição nano- , micro-, macro-, infra- + HíFEN.
É um anglicismo mal formado e sem sentido específico em português. Pode significar tudo: adoptar, começar, completar, desenvolver, executar, instaurar, tomar, vigorar, etc. etc. Em nome da propriedade, é aconselhável a adopção da palavra (mais) adequada. [Cf. Pró-implementar, nas Controvérsias]
Na norma ortográfica de 1945, as regras do emprego do hífen eram numerosas e das mais complexas da língua portuguesa (por analogia, serve igualmente para formar novas palavras: pluriemprego, neomodernistas). Com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990 elas forarm mais simplificadas, conforme o estabelecido nas suas Bases XV, XVI e XVII. Cf. Emprego do hífen
Evitáveis, sobretudo se há a palavra correspondente em português vernáculo. Cf. PROPRIEDADE. [Vide Guia Essencial da Língua Portuguesa para a Comunicação Social, de Edite Estrela e J. David Pinto Correia.]
- Linguagem estereotipada muito utilizada no meio futebolístico, à base de frases feitas ou imagens desgastadas de todo. Algumas são autênticos disparates, outras, apenas, ridículas. Alguns exemplos desta gíria muito própria: «Apostado em ganhar», «averbar uma clamorosa derrota», «contra-ataque venenoso», «denunciar fome de bola», «denotar sentido de baliza», «direccionar [a bola]», «faltou objectividade atacante», «impedido de penetrar na área adversária», «incidência(s) do jogo», «intenção de flanco», «milita nos escalões cimeiros», «moldura humana», «muita ofensividade», «posicionamento», «postura em campo», «prestação» (em vez de actuação, exibição, ou desempenho), «recepcionar» [em vez de receber: «o Sporting vai recepcionar em Alvalade o Benfica»...], «retenção da posse de bola» (ou «ficar com a posse da bola») «trabalho ao nível do entrosamento», etc., etc. Mas há, também, palavras e expressões do futebolês excelentemente inventadas, que constituem autênticas preciosidades. Por exemplo: «bola à flor da relva», «no enfiamento da área», «cruzamento largo e tenso», «[pontapé de] canto em mangas arregaçadas», «deu nas orelhas da bola», etc., etc.
Cf. O que é Futebolês? + Frases célebres do esporte + Oito expressões sobre o futebol ao redor do mundo
- Algumas particularidades da flexão dos verbos compostos aconselham a consulta regular do "Dicionário de Verbos Portugueses Conjugados". Cf. Respostas Anteriores 1 e 2
- ... e não "femenino". [A formação errada dos femininos leva também a muitos disparates e tropeções na gramática: hóspede/hóspeda; ilhéu/ilhoa; gigante/giganta; juíz/juíza; monge/monja; parente/parenta; primeiro-ministro/primeira-ministra (e não "a primeiro-ministro" nem "primeira-ministro"); embaixadora (mulher que exerce o cargo de embaixador) "embaixatriz" (mulher do embaixador); cônsul/consulesa; presidente/presidenta. Outras recomendações: personagem, sida e síndroma são palavras do género feminino; idem quanto à (a) diabetes. Mas: clã e grama, por exemplo, são masculino. O Opus Dei (e não: a Opus Dei); mas: a Obra (de Deus). E há os casos em que o significado da palavra varia com o número: fonte dif. de fontes; ânsia dif. de ânsias; face dif. de faces; feijão dif. feijões; etc., ou conforme o género: o cabeça dif. de a cabeça; o caixa dif. de a caixa; o moral dif. de a moral; etc.]
...e não "açoreano". Cf. GENTÍLICOS. [Outras palavras com o i normalmente trocado pelo e: ameixial, artífice, cabo-verdiano, camoniano, definido, lampião, oficina, suficiente.]
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