O verbo em referência tem registo em dicionário, não com a grafia apresentada, mas com a forma empalear.
Trata-se um coloquialismo que significa genericamente «não despachar (uma tarefa); demorar muito tempo a fazer (alguma coisa)» (Dicionário da Língua Portuguesa, da Infopédia); é também um regionalismo quando significa «fazer render qualquer serviço, trabalhando pouco» (idem). O verbo terá origem em paleio: em- + pale(io) + -ar (cf. idem); contudo, é também plausível que derive do radical de um verbo pouco usado, palear, «tornar manifesto ou público; manifestar, revelar», o qual se terá formado com base no radical pal-, do latim palam, «publicamente, às claras» (Dicionário Houaiss).
Observe-se que o significado deste verbo regista algumas variações regionais, que permitem explicar o uso de empaleado (uso adjetival do particípio passado) como sinónimo de confuso. Três dicionários de regionalismos acolhem-no, revelando tal variação:
Vítor Fernando Barros, Dicionário de Falares das Beiras, Âncora Editora/Edições Colibri, 2010: «EMPALEAR, v. tr. e int. 1 Pagar, satisfazer [do Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado]. 2 Empatar; entreter, ir andando (Figueira de Castelo Rodrigo).»
Vítor Fernando Barros, Dicionário do Falar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Âncora Editora/Edições Colibri, 2006: «EMPALEAR, v. tr. e int. Empatar; ir andando (Lagoaça – Freixo de Espada à Cinta).»
Vítor Fernando Barros e Lourivaldo Martins Guerreiro, Dicionário de Falares do Alentejo, Âncora Editora, 2013: «EMPALEAR, v. tr. Comer em demasia, empanturrar (Castro Verde).»
A forma empalear, tal como é atribuída ao uso do Alentejo, talvez seja resultado de extensão semântica, embora seja também plausível não ter a mesma origem que o empalear beirão e transmontano, hipótese que as fontes consultadas não permitem confirmar.