Segundo o E-Dicionário de Termos Literários, de Carlos Ceia (org.), paratexto designa «aquilo que rodeia ou acompanha marginalmente um texto e que tanto pode ser determinado pelo autor como pelo editor do texto original. O elemento paratextual mais antigo é a ilustração. Outros elementos paratextuais comuns são o índice, o prefácio, o posfácio, a dedicatória ou a bibliografia. O título de um texto é o seu elemento paratextual mais importante e mais visível, constituindo, como observou Roland Barthes, uma espécie de “marca comercial” do texto».
Assim, consideram-se como paratextuais todos os elementos que fazem parte de um texto ou de uma obra — o título, o prefácio, a dedicatória, os nomes dos capítulos… —, assim como os que foram construídos sobre esse texto, explicando-o, analisando-o, comentando-o (como, por exemplo, comentários, entrevistas, notícias, críticas). Trata-se, portanto, de duas modalidades/categorias paratextuais: o peritexto (no espaço físico da obra) e o epitexto (exterior à obra, mas sobre ela), segundo Gerard Genette (Seuil, Paris, Ed. Seuil, 1987, pp. 10-11).
Como, e de acordo com a pesquisa realizada, se atribui a Genette o estudo sobre paratextualidade, em que este autor se debruça sobre a especificidade do peritexto e do epitexto como as duas modalidades paratextuais, consideramos que nos devemos guiar pela sua terminologia, tendo como referência as realidades que designam.