Em frases como as apresentadas, quem faz parte de uma construção clivada ou de foco, isto é, de uma construção que visa realçar certos constituintes de uma frase. Por isso, é difícil considerar que as orações introduzidas por quem sejam realmente relativas livres. Como orações ocorrendo em frases equativas, não há restrições sobre o uso de quem a introduzi-las, quer o pronome tenha a função de sujeito («Ela é quem faz isso») ou complemento direto («Ela é quem eu julgo inteligente»). O que acontece é que, nestas construções clivadas, observam-se fenómenos de concordância que obrigam a que o verbo ser concorde temporalmente com o verbo do que parece ser uma oração relativa livre. Por outras palavras, a última frase ficará correta se o verbo ser passar ao pretérito perfeito do indicativo, tal como acontece com o verbo fazer na oração predicativa: «Ela foi quem fez isso.»