A sua pergunta insere-se num contexto mais vasto que é o das classes e subclasses gramaticais. Suponho que, ao escrever «proposições», pretendia significar «preposições», que é uma classe gramatical, enquanto uma «proposição» é uma frase ou oração.
As palavras «arrumam-se» — segundo a actual terminologia do ensino básico português — dentro das seguintes classes: nomes ou substantivos; determinantes; pronomes; adjectivos; verbos; numerais; advérbios; preposições; conjunções; interjeições. Cada classe gramatical tem uma função e características próprias, que permitem distingui-la das outras classes. Cada classe subdivide-se em subclasses.
Artigos: inserem-se dentro da classe dos determinantes. Os artigos são palavras variáveis, que concordam em género e número com o nome que antecedem. Os artigos vêm sempre antes dos nomes, delimitando-lhes o sentido.
Classificam-se em:
Artigos definidos: o, a, os, as
Exemplo: «Vi a rapariga ao fundo do cais.»
Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas
Exemplo: «Vi uma rapariga ao fundo do cais.»
Quer num exemplo quer noutro, o artigo vem antes do nome (rapariga) e concorda com ele em género e em número.
Para além dos determinantes artigos, há os determinantes demonstrativos (este, esse, aquele…), os possessivos (meu, teu, seu, nosso, vosso…), os indefinidos (algum, nenhum, todo, muito, pouco, tanto, outro, certo, qualquer, cada…) e os interrogativos (qual? quais? quanto? quantos? , que?).
Há que ter em conta que os determinantes vêm sempre antes do nome. Nos exemplos que se seguem, o nome gato é antecedido sempre de um determinante:
Exemplos:
«O gato é siamês.» — Determinante artigo definido
«Vi um gato siamês.» — Determinante artigo indefinido
«Este gato é siamês.» — Determinante demonstrativo
«O meu gato é siamês.» — Determinante possessivo
«O outro gato era siamês.» — Determinante indefinido
«Que gato é este?» — Determinante interrogativo
Pronomes: São palavras que se empregam em vez dos nomes, o que permite evitar repetições desnecessárias.
Exemplo: «Comprei este livro e aquele.»
Este é um determinante (antecede o nome livro), aquele é um pronome, emprega-se em vez de aquele livro, evitando-se assim a repetição do nome livro.
A classe dos pronomes inclui as seguintes subclasses: pronomes pessoais (eu, tu, você, ele/ela, nós, vós, vocês, eles/elas…), possessivos (meu, teu, seu, nosso, vosso…), indefinidos (um, algum, alguém, nenhum, todo, muito, pouco, tanto, outro, certo, qualquer, alguém, algo, ninguém, tudo, cada, nada…), demonstrativos (este, esse, aquele, o mesmo, o outro, tal, o…), interrogativos (qual, quais, quanto, que?, o quê?, que, quem, onde?…) e relativos (o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, que, quem, onde…).
Os pronomes distinguem-se dos determinantes porque, enquanto os determinantes vêm antes dos nomes, os pronomes vêm em vez dos nomes.
Exemplos:
«Ele é siamês.» — Pronome pessoal (ele vem em vez do nome gato)
«Este é siamês.» — Pronome demonstrativo (este vem em vez de este gato)
«O meu é siamês.» — Pronome possessivo (meu vem em vez de meu gato)
«O outro era siamês.» — Pronome indefinido (outro vem em vez de outro gato)
«Qual é este?» — Pronome interrogativo (vem em vez de qual gato)
Preposições: são palavras invariáveis que estabelecem ligação entre elementos da frase.
Exemplos: «Venho de Lisboa.» «Esta mesa é para ti.» «Eis uma caixa com parafusos.» «Compra um bilhete para Alcântara.» «Prefiro televisão por cabo.»
As chamadas preposições simples são as seguintes: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Advérbios: são palavras invariáveis, que vêm junto ao verbo, acrescentando uma circunstância à acção expressa por este.
Ex.: «Comi muito.» «Danço bem.» «Viajei ontem.»
Os advérbios também podem modificar adjectivos ou outros advérbios: «bastante bom», «mais exactamente…»
Os advérbios podem ser de modo (bem, mal… ), de intensidade (muito, pouco..), de tempo (ontem, hoje, agora…), de ordem (primeiramente, ultimamente…), de lugar (aqui, ali, acolá…), de afirmação (certamente, sim), de negação (jamais, não), de inclusão (até, inclusivamente), de exclusão (só, somente), de dúvida (porventura, talvez), de designação (eis), advérbios interrogativos (onde?, quando?, como?, porque?).
Note que acontece a mesma palavra integrar-se em diferentes classes gramaticais, pelo que só pelo contexto é que a distinção é possível.
Por exemplo, a palavra a pode ser, conforme o contexto:
· artigo definido: «Vi a rapariga no hotel.»
· pronome pessoal: «Vi-a no hotel.»
· preposição simples: «Vou a Lisboa.»
Enfim, caro consulente, não sei se terei dado uma explicação tão simples como a que pediu. É que a matéria é muito vasta! Uma gramática pode dar-lhe uma visão de conjunto que o ajude a ficar com uma ideia mais clara. E, para mais algum esclarecimento, teremos muito gosto em ajudar…