Um estrangeirismo é sintáctico quando existe uma construção sintáctica que passa de uma língua para outra. Por exemplo, a construção é suposto, pelo menos, usada pessoalmente, em «o João é suposto ficar calado», é um estrangeirismo, de origem inglesa (“João is supposed to remain silent”).
Os estrangeirismos morfológicos, ou seja, os elementos de proveniência estrangeira que são usados na formação de palavras, são mais raros, porque há a tendência para adaptar a palavra importada às regras e aos padrões da língua de acolhimento. Pode-se, contudo, referir o uso [morfossintáctico] de personagem no género masculino («o personagem»), por influência do francês “personnage”, nome masculino, quando o aconselhável em português é o feminino («a personagem»), à semelhança de todas as palavras terminadas em -agem. Refira-se ainda a forma “consumerismo”, do inglês “consummerism”, «movimento social que defende os direitos dos consumidores face à actuações das empresas vendedoras», em vez da forma mais portuguesa consumidorismo (ver Margarita Correia e Lúcia San Payo de Lemos, Inovação Lexical em Português, Lisboa, Edições Colibri, 2005, pág. 55).