Segundo o Grande Dicionário da Porto Editora (Portugal): óptimo (Brasil ótimo) vem do latim ‘optimu-‘. O p é mudo igualmente em Portugal. Opção (Brasil também opção) vem do latim ‘optione’. O p é pronunciado em Portugal e no Brasil. Neste caso, é indispensável na palavra. Etimologicamente, portanto, ambos os termos têm na sua origem a consoante p. No designado «Acordo de 1945», Portugal manteve as consoantes não articuladas quando úteis para abrir as vogais anteriores ou simplesmente para respeitar a história das palavras. Este acordo nunca foi respeitado pelo Brasil, que continuou a seguir um outro de 1931, que suprimia as consoante mudas. É esta a razão da discrepância etimológica brasileira entre ótimo e opção. Do meu ponto de vista, a norma portuguesa de 1945 impôs este “especiosismo” desnecessariamente. Por exemplo, na história das palavras, o p de óptimo já tinha sido suprimido também no uso dos falantes portugueses, e não havia nesta palavra qualquer utilidade para abrir a vogal anterior, dada a existência do acento. A decisão brasileira (respeitando a pronúncia generalizada) foi mais racional. Compreende-se que se defenda a etimologia quando permite a variabilidade fonética, mas não era este o caso. Notar que no novo acordo (1990) será ótimo igualmente para Portugal.
Ao seu dispor,