«Houve nove reequilíbrios financeiros. Tem a haver também com a constituição de um gabinete de projeto para a nova ponte Vasco da Gama»
Sérgio de Azevedo, deputado do PSD, relator da Comissão de Inquérito sobre as Parcerias Público-Privadas
Olhos nos Olhos, TVI24, 17 de fevereiro de 2014, 19m13)
A confusão cada vez mais frequente entre as expressões ter a haver, ou seja, «ter a receber», geralmente referindo-se a dinheiro, e ter a ver, isto é, «ter relação com» ou «dizer respeito a» advém da paronímia. São expressões com grafias e pronúncias próximas, porém de sentidos diferentes.
Esta troca parece radicar-se na preferência manifesta de falantes e escreventes pela expressão ter a ver – provavelmente por influência do francês – em detrimento de ter que ver, mais afeiçoada ao português. O que pode ter raízes num certo evitamento do uso do que, com vista a mitigar um possível efeito de cacofonia (sobretudo) na expressão escrita, facto que terá levado à prevalência da expressão ter a ver. A proximidade de escrita e pronúncia com ter a haver terá feito o resto…