Sexta-feira, 9 de Janeiro, 10 horas da noite. Zarpo dos canais televisivos portugueses de maior audiência, que davam ... programas para grandes audiências. Pensava eu estar a fugir de indigências (rima mas não é verdade, já vão ver porquê). Encalho na TVI, no último episódio de uma série americana chamada "The Pretender", e fico por ali a ver no que dão as desventuras de Jarod.
As cenas vão correndo, com o "genérico" justaposto, e ainda este não está completo quando surge a calinada da noite: (qualquer coisa ou alguém) " tem «a haver com» (qualquer outra coisa ou alguém). Quereria ele(a), o(a) tradutor(a) dizer "tem que ver com"? É assim que se traduz «to do with», não é?
Desisto. Desligo o televisor para nem chegar a ver o nome do(a) doutor(a) tradutor(a) encartado(a). É que assim não me podem acusar de difamação!
Mas permitam-me um desabafo. Que é que estes tradutores têm que ver com o português? Acharão eles que não devem nada a ninguém?
E quem compensa os falantes desta desprezada língua com o muito que têm a haver pelos maus tratos, falados e escritos, a que os meios de comunicação a sujeitam?