[Um programa da Rádio Nacional de Angola com a colaboração do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa1]
Sinopse
Espaço didático de curtos apontamentos diários à volta de palavras, frases e expressões dos usos do português, escrito e falado, em Angola. Incidência particular nos casos mais problemáticos de adequação vocabular, de concordâncias defeituosas e de pronúncias menos cuidadas. Amiúde, contemplar-se-ão, também, termos das línguas nacionais entrados no português coloquial de Angola suscetíveis de idêntico grau de menor rigor.
Formatação
Voz off com a pergunta/questão. Segue-se uma segunda voz, feminina ou masculina, colhida aleatoriamente, com a resposta – certa ou errada, consoante o que assim for mais eficaz para um melhor esclarecimento dos ouvintes.
• A resposta do/a “convidado/a” (especialista quando se trata de termos e palavras provenientes das línguas nacionais de Angola).
• Voz off com a resposta e a explicação.
Periodicidade
Três passagens por dia.
Conteúdos
• Voz off:
– "Mambos da língua" chamámos a este programa que estreamos nesta data na Rádio Nacional de Angola à volta do português falado no nosso país.
Mambos... Mambos… porquê?
• Resposta [jornalista da Rádio Ngola Yetu]:
– Mambos é o aportuguesamento do termo kikongo "mambu". Tem o significado de «problemas», «assuntos», «palavras».
No singular, “dyambu”: «palavra» ou «verbo», em português.
«Vova dyambu muna dyambu», em kikongo. «Diga palavra por palavra», em português.
• Voz off:
Mambu, com "u", no kikongo, mambos, com "o", como se escreve no português de Angola.
Estes e todos os outros “mambos da língua” são o que vamos detalhar nestes apontamentos diários da Rádio Nacional de Angola, a partir de hoje.
Ou seja: as palavras, palavra por palavra – tantas e tantas com origem nas línguas nacionais, como esta, que passaram a fazer parte do património linguístico do português de Angola.
As palavras – e os problemas, também, da língua portuguesa, em Angola.
[Entra de imediato o indicativo "Mambos da Língua..."]
Apontamentos transmitidos:
2.ª Mwila/muíla
3.º Kota e sekulo
4.º «Ciclo vicioso» ou «círculo vicioso»?
5.º Uma catástrofe pode ser "humanitária"?
6.ª Aço vs. assar
7.º Aja ≠ haja
8.º As pessoas (não) são evacuadas?
10.º "Beneficiência" ou beneficência?
11.º Infligir, diferente de infringir
12.º «De encontro a» ≠ «ao encontro de»
13.º "Advogacia" ou advocacia?
14.º Cozer ≠ coser
15.º Concerto ≠ conserto
16.º Crer ≠ querer
17.º «Meia confusa» ou «meio confusa»?
18.º «Eu não lhe vi» ou «Eu não o vi»?
19.º «… fala mal e porcamente» ou é «… fala mal e parcamente»?
20.º «À séria» ou «a sério»?
21.º «Houve muitos acidentes» ou «"houveram" muitos acidentes»?
22.º «Vão escrever as memórias» – e não «vão escrever as memória»
23.º «Para eu fazer»
28.º Peão ≠ pião
29.º Ruído ≠ roído
31.º Bem-vindo ≠ Benvindo
32.º Apressar e apreçar
33.º «Você "me levaste"»?
34.º Desfolhar ≠ folhear
35.º Creche e cresce
36.º Emergir ≠ imergir
37.º Eminente ≠ iminente
38.º Epidemia ≠ endemia ≠ pandemia
39.º A origem de funge, jindungo e jinguba
40.º Registo vs. registro. Qual é a diferença?
41.º Plurais de palavras terminadas em ão
42.º Cassule, no português de Angola, caçula no português do Brasil
43.º A origem e o significado de quinguila/kinguila
44.º Mulamba + mulemba + mukanda
45.º Esquadrilha
46.º O plural de corrimão
47.º Sobre a crase (1)
48.º Sobre a crase (2)
49.º «Vão escrever as memórias» – e não «vão escrever as memória»
51.º Tensão ≠ tenção
52.º A conjugação do verbo intervir
53.º Sob ≠ sobre
54.º Discente vs. docente
56.º «Estou banzo com o que me acabas de contar!»
57.º Os diversos significados e a origem de bazar (1)
58.º Os diversos significados e a origem de bazar (2)
59.º Caçar ≠ cassar
60.º O(s) coletivo(s ) de abelhas
61.º Os (muitos) coletivos de pessoas
62.º O grama e a grama
64.º Tachar vs. taxar
65.º Mandado ≠ mandato
66.º Evacuar... o quê?
67.º Desinfestação
70.º Eminente e iminente
71.º Eminência e eminentemente
72.º Imbondeiro vs. embondeiro
73.º Cambada
74.º Salgalhada
76.º Insipiência ≠ incipiência
77.º «Siga sempre em frente e enfrente o que vier pela frente.»
78.º «Vens direito a Luanda, sempre *à minha trás.»
79.º Direto vs. direito
80.º Dipanda + kimbanda + kianda
81.º A (obscura) origem da palavra minhoca
82.º «Cada cavadela, sua minhoca.»
84.º O plural de gravidez
85.º "Jornadas Culturais e Patrióticas",
e não "Jornadas Culturais e Patriótica"
86.º «Garimpo de água»
87.º Ora e hora
88.º Estufar, estofar e outros parónimos
1 Iniciada em 3/02/2014, esta 1.ª série do “Mambos da Língua – O tu-cá-tu-lá do português de Angola” integra 100 programas à volta de palavras, frases e expressões de algum modo problemáticas no seu uso corrente. Tais como: «Destroco dinheiro» ou «troco dinheiro»?; «Eu não lhe vi» ou «Eu não o vi»?; «Ele fala mal e porcamente» ou é «Ele fala mal e parcamente»?; «Diz-se “huílas” ou “muílas”?»; «Associação de beneficiência» ou «Associação de beneficência»?; «À séria» ou «a sério»?; «Houve muitos acidentes» ou «Houveram muitos acidentes»?; «Vão escrever as memórias» ou é «Vão escrever as memória»?; «Qual é a diferença entre soar (com “o”) e suar (com “u”)?»; «Como se diz: “depois” ou “depôs”»?; «Quando se agradece a alguém, homem ou mulher, diz-se “obrigada” ou “obrigado”?»; «”Aderência” popular” e “adesão” do papel à parede. Certo ou errado?»; «Maka, kota e sekulo: a origem e o que significam»; «Zungueira: como se formou esta palavra, hoje tão comum no português de Angola?»; etc., etc., etc.