Para estudar concretamente o assunto, suponhamos que estamos em presença da seguinte sucessão: 103, 102, 101, 100. Diremos que as potências representam o algarismo `1´ seguido respectivamente de três zeros, dois zeros, um zero, `nenhum zero´ (porque 100 = 1, como se sabe). Ora `nenhum´ é equivalente a zero, nesta sucessão de algarismos `0´; logo devemos escrever `zero zero´ e não *`zero zeros´.
De outra forma: Se considerarmos `zero´ o nome da unidade que representa a grandeza formada por algarismos `0´, então, segundo as normas, o nome da unidade por extenso só pluraliza a partir de dois, inclusive; logo (misturando livremente algarismos com unidades por extenso, o que não é recomendável) temos: 3 zeros, 2 zeros, 1 zero, 0 zero (zero zero).
Mas tem razão na sua perplexidade. Uma coisa são as regras internacionais, outra é o sentido que temos do uso da nossa língua. De facto, se substituirmos o termo zero pela contracção da preposição `de´ com um pronome, podemos ter: três deles, dois deles, um deles, nenhum deles (zero deles).
Recomendo que escreva `zero zero´. Mas se isso não lhe agrada, sugiro `zero de zeros´, na forma como lhe soa e bem sente a nossa língua.
Este `sentir a língua´ pode conduzir-nos a arranjos que nos parecem mais eufónicos, contrariando às vezes a `pura regra´. É a estilística...; aceitável quando há um conhecimento profundo da regra, e, com ele, evitarmos desvios grosseiros, que escandalizem a `generalidade´ da nossa comunidade linguística...
Ao seu dispor,