A pergunta que nos faz o prezado consulente é pertinente.
A resposta imediata é que não: os romanos, tal como os gregos, nunca usaram qualquer símbolo para denotar o zero. Esta é a razão por que não houve ano zero no nosso calendário, e fonte de tanto debate acerca da passagem do milénio.
A numeração romana, embora sofrendo várias alterações, sobreviveu até bastante tarde – o seu uso corrente na Itália durou até à Idade Média, quando a imprensa popularizou os números como os conhecemos hoje. O mesmo se passou com a numeração grega que, ao que parece, foi usada em Constatinopla até ao século XV. No entanto, esta evoluiu para um sistema decimal não posicional ao qual foi adicionado um símbolo para o zero semelhante ao nosso h invertido. Tal nunca aconteceu com a numeração romana.
Quanto à origem do zero, haveria muito mais para dizer do que o espaço que me é aqui conferido permite. Tem tanto de incerta como de fascinante. Especula-se que Arquimedes poderá ter usado a letra grega omicró (inicial de "ouden" = lacuna, nada) para indicar a ausência de minutos ou segundos num arco. Mas parece mais verosímil que tenha tido origem nos sistemas de numeração posicional dos hindus, dos quais existem documentos de data incerta (talvez do século III) onde se regista o seu uso. Estes podem ter ido buscar o símbolo ao mesmo "ouden" dos gregos. Já os Babilónios usavam um ponto com função de zero. Tal como fizeram os árabes, talvez para o distinguirem do símbolo que usavam para o cinco.
O zero foi posteriormente introduzido no Ocidente, através da Espanha, pela numeração árabe "ghubar". Esta numeração era usada em Espanha já no século V, mas possivelmente ainda sem zero. Sabe-se que o Papa Silvestre II foi a Espanha aprendê-la no século IX, mas, uma vez mais, ainda sem zero. Terá pois sido entre os séculos X e XII que o zero se estabeleceu definitivamente na Europa ocidental. No seu "Liber Abaci", em 1202, Leonardo Fibonacci refere-se aos numerais árabes nos quais inclui já o "zephirum" (zero).
A resposta imediata é que não: os romanos, tal como os gregos, nunca usaram qualquer símbolo para denotar o zero. Esta é a razão por que não houve ano zero no nosso calendário, e fonte de tanto debate acerca da passagem do milénio.
A numeração romana, embora sofrendo várias alterações, sobreviveu até bastante tarde – o seu uso corrente na Itália durou até à Idade Média, quando a imprensa popularizou os números como os conhecemos hoje. O mesmo se passou com a numeração grega que, ao que parece, foi usada em Constatinopla até ao século XV. No entanto, esta evoluiu para um sistema decimal não posicional ao qual foi adicionado um símbolo para o zero semelhante ao nosso h invertido. Tal nunca aconteceu com a numeração romana.
Quanto à origem do zero, haveria muito mais para dizer do que o espaço que me é aqui conferido permite. Tem tanto de incerta como de fascinante. Especula-se que Arquimedes poderá ter usado a letra grega omicró (inicial de "ouden" = lacuna, nada) para indicar a ausência de minutos ou segundos num arco. Mas parece mais verosímil que tenha tido origem nos sistemas de numeração posicional dos hindus, dos quais existem documentos de data incerta (talvez do século III) onde se regista o seu uso. Estes podem ter ido buscar o símbolo ao mesmo "ouden" dos gregos. Já os Babilónios usavam um ponto com função de zero. Tal como fizeram os árabes, talvez para o distinguirem do símbolo que usavam para o cinco.
O zero foi posteriormente introduzido no Ocidente, através da Espanha, pela numeração árabe "ghubar". Esta numeração era usada em Espanha já no século V, mas possivelmente ainda sem zero. Sabe-se que o Papa Silvestre II foi a Espanha aprendê-la no século IX, mas, uma vez mais, ainda sem zero. Terá pois sido entre os séculos X e XII que o zero se estabeleceu definitivamente na Europa ocidental. No seu "Liber Abaci", em 1202, Leonardo Fibonacci refere-se aos numerais árabes nos quais inclui já o "zephirum" (zero).