O novo acordo ortográfico para a língua portuguesa (assinado em 1990 por sete países da lusofonia) aboliu definitivamente o trema na língua. Para palavras portuguesas, já não era usado em Portugal desde 1945. No Brasil, foi abolido em termos como saudade desde 1971, persistindo nos digramas gu e qu quando o u se pronuncia. O Vocabulário recente da Academia Brasileira continua a registar o trema nestes vocábulos.
O novo acordo ainda não entrou oficialmente em vigor na lusofonia, embora já tenha sido ratificado também pelo Brasil. O Artigo 2.º refere que é necessário um vocabulário comum (que ainda não foi publicado), e o Artigo 3.º indica que o acordo entrará em vigor após depositados os instrumentos de ratificação de todos os Estados (o que também ainda não foi feito).
O trema não faz grande falta na comunicação, de acordo com a experiência portuguesa de meio século. Seria, porém, útil em obras didácticas. Pessoalmente não entendo lá muito bem este horror ao trema entre os nossos legisladores, tanto mais que no novo acordo continua obrigatório em palavras derivadas eruditamente, como, por exemplo, mülleriano.
Ao seu dispor,