Obrigada, antes de mais, pelas suas palavras simpáticas!
1 – Na frase em apreço, todo pode ser considerado um determinante, porque ocorre ligado a um nome. Pelo facto de veicular uma ideia de quantidade é por alguns estudiosos considerado um quantificador. No entanto, esta mesma palavra pode, noutros contextos ser um advérbio. equivalendo a completamente, totalmente: «O João molhou-se todo.»
2 – Tudo é pronome indefinido. Note-se que não está ligado a nenhum nome. É difícil prever, prezada consulente, o que tinha em mente quando se referiu à impossibilidade de dois pronomes ocorrerem juntos, pois não apresenta nenhum exemplo que contrarie essa regra. Efectivamente, não só os pronomes, mas também as outras classes gramaticais não podem ocorrer juntos se e repito se concorrerem à mesma posição na distribuição das palavras na frase. Não podemos dizer «a mesma cadeira está na sala», em que mesa e cadeira estão o ocupar um lugar de sujeito singular. Mas posso dizer «a mesa e a cadeira estão na sala». Com os pronomes acontece a mesma coisa.
Voltando ao vocábulo tudo, vejamos a expressão «Tudo isto existe…». Aparentemente estamos perante a ocorrência de dois pronomes na mesma posição, mas, do meu ponto de vista, tudo é, neste caso, um determinante ou quantificador indefinido que determina ou ajuda a quantificar um pronome também ele indefinido. Não é um pouco disto. É tudo isto. Estamos, pois, perante uma expressão nominal em que o nome se “faz representar” pelo pronome isto, ao qual está ligado o determinante ou quantificador tudo.
3 – Nesta frase, considero que branco é um nome, ou substantivo. A par de vestidas de branco poderíamos ter outras expressões:
vestidas de azul
vestidas de seda
vestidas de veludo
cobertas de ouro
etc.
Estamos sempre perante uma expressão nominal em que um nome se liga ao núcleo (primeiro nome) através da preposição de. Por seu lado os adjectivos ligam-se directamente aos nomes:
Vestido branco
Vestido bonito
Vestido elegante
Etc.