Segundo a tradição gramatical, os verbos copulativos são considerados verbos plenos (ou seja, de forma simplista, não copulativos) quando o elemento que os completa é introduzido por uma preposição.
A mesma tradição gramatical considera verbos como ir intransitivos quando sabemos que «*Vou» não constitui uma frase completa, dado que não está expresso um complemento obrigatório do verbo.
Estas duas situações foram sendo abordadas por alguns gramáticos que foram apresentando propostas de descrição válidas para estes casos.
Voltando à situação em apreço, ou seja, a da classificação do verbo estar, na tradição gramatical ele seria, enquanto verbo pleno, intransitivo, um pouco na linha do que acontece com o verbo ir. No entanto, já Cunha e Cintra, na Gramática do Português Contemporâneo, apontam a possibilidade de os verbos copulativos poderem ter como complemento, ou melhor: predicativo do sujeito, um grupo adverbial ou preposicional. É esta a linha seguida pela TLEBS, que considera sempre copulativos os verbos que o são e que podem ser seguidos de predicativos do sujeito nominais, adjectivais, preposicionais e adverbiais. Sempre que o predicativo é nominal ou adjectival verifica-se a sua concordância com o sujeito. Nos outros casos tal não acontece.
Ora, como é a TLEBS que nós temos de passar a ensinar, eu classifico estar como verbo copulativo, excepto quando é auxiliar, ou seja, na formação de perífrases verbais como em «estou a chegar».