A preposição de é a palavra mais frequente da língua portuguesa e, por isso, é utilizada com valores muito diversos.
Nesta frase, a expressão «de memória» não é o (complemento) objecto indirecto, porque o (complemento) objecto indirecto indica aquele que ganha ou perde com a acção ou ainda o destino da acção.
Exemplo: «Esse remédio deu força à minha memória.» Como vemos, a acção do remédio beneficiou a memória. Por isso, é o objecto indirecto (ou destino) da acção.
Será que, por razões estilísticas, o autor desta frase também diria: «Eu tenho na memória»?
Neste caso, «de memória» será o adjunto adverbial de lugar.
Se o autor não quer referir o lugar mas, sim, o processo de trabalho, então será o adjunto adverbial de modo.
Só o contexto nos permitirá a melhor opção.