Na frase «tentei saber quem eu era», o verbo saber selecciona uma oração subordinada completiva, realizada por uma interrogativa indirecta. Contudo, em certos contextos e usos de saber é possível identificar o valor de subordinada relativa livre: por exemplo, substituindo quem por a pessoa que, obtém-se a paráfrase «Tentei saber a pessoa que eu era». Também se verifica a (quase) sinonímia de saber com conhecer, verbo que exprime a experiência de estar em relação com alguma coisa ou alguém que tem identificação. Assim «tentei saber quem eu era» pode ser equivalente a uma frase com o verbo conhecer: «Tentei conhecer quem eu era». Nesta paráfrase, o valor interrogativo está ausente, pelo que a leitura é a de uma subordinada relativa livre.