Sobre o galego, de novo
O Doutor F. V. Peixoto da Fonseca escreveu numa mensagem em resposta à pergunta de quais as línguas românicas, que uma delas é "o português (com o galego que alguns consideram outra língua)". Quero dar-lhe os meus parabéns, pois que daí deduzo que o Sr. cuida que o português deve incluir o galego, se bem que alguns pensem o contrário. Estou de acordo, meu caro amigo e irmão da língua. Sou descendente de galegos, falo galego, quer dizer, falo mais uma variedade da nossa língua comum portuguesa, portanto, falo português, e não acho outra maneira de escrever galego que escrever na ortografia comum, quer dizer, na que hoje se emprega em Portugal, Brasil, etc (com algumas diferenças, é claro). Bastantes galegos acham que a sua língua é diferente da portuguesa, e escrevem galego à castelhana, quer dizer, com ortografia castelhana, o que torna o galego um híbrido insofrível, a meu ver. Somos muitos também quem julgamos galego e português serem uma língua comum com pequenas variantes, e só entendemos uma maneira de escrever: com a ortografia hoje empregue nos PALOP, com todas as variantes que forem precisas, mas substancialmente idêntica. Vejo amiúde nos dicionários portugueses considerarem o galego como língua distinta do português, acho que deviam ter em conta a opinião dos que pensam e sentem duma outra maneira. Há muito tempo que não lia um português dizer "o português (com o galego...)", e fiquei muito satisfeito. Obrigado e parabéns, e oxalá mais portugueses falassem como o Doutor F. V. Peixoto da Fonseca fez.
"A minha pátria é a língua portuguesa".
Recomendo a leitura do livro "O galego (im)possível" da editora galega Laiovento, de Valentim Rodrigues Fagim, por ele expor o problema do galego desde perspectivas muito novidosas e interessantes.
