Não vejo, sinceramente, onde possa residir o paradoxo referido pela consulente. Parece-me até existir um elevado grau de compatibilidade entre as aceções propostas pelas áreas da física e da química e os sentidos figurados: «Falta de movimento ou de atividade [...] Propriedade dos corpos que não podem, de per si, alterar o seu repouso ou o seu movimento [...] resistência da matéria ao movimento acelerado; propriedade intrínseca da matéria responsável por conservar, na ausência da ação de forças, um corpo em seu estado de movimento; propriedade química característica dos elementos ou compostos químicos cuja propensão a reação química é muito pequena ou nula; qualidade de elementos ou compostos químicos não-reativos; não-inclinação a reação química [...] estado de paralisia; condição de estagnação; falta de atitude; ausência de ação e reação; inação, inatividade [...].»
Repare-se que a não suspensão de um qualquer movimento por ausência da ação de forças é também uma forma de inércia: «Existem numerosos exemplos do nosso dia a dia que podem ser explicados com base na lei da inércia: Quando um veículo trava bruscamente, os passageiros são projetados para a frente por terem tendência a continuar o seu movimento. Do mesmo modo, quando um veículo arranca de modo brusco, os passageiros são atirados para trás, sem acompanhar o movimento do veículo, por terem tendência a permanecer em repouso. É também devido à inércia que as naves espaciais continuam a mover-se no espaço em linha reta, mesmo quando se desligam os motores, e os petroleiros continuam a mover-se no oceano, cerca de 3 km, após os motores terem sido desligados» (Infopédia).