Não me parece que os linguistas afirmem que está tudo certo, o trabalho deles é descrever como a língua é de fato usada sem darem juízo de valor. Eles descrevem a língua como é, não como deveria ser.
É claro que, normativamente, «É nóis na fita» não é adequado, já que não há concordância verbal e a grafia "nóis", que espelha a pronúncia de vários brasileiros, não se encontra dicionarizada. Aliás, esse i de apoio, bem comum antes antes das letras s ou z, como em arro(i)z, fa(i)z, fe(i)z, pu(i)s, etc., chama-se epêntese e é um fenômeno linguístico que atinge quase todo o Brasil. Pelos meus ouvidos e minha pouca experiência, parece que não se dá somente nos estados do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, mas este dado precisaria de confirmação.
Todos sabemos que o correto é «Somos nós na fita», mas esta expressão não teria sentido nem graça nenhuma, até pelo fato de ela ser usada em situações completamente informais e até, por que não dizer?, para chocar um pouco. Em situações formais, optar-se-ia por outra formulação ou, o que é mais provável, simplesmente não se diria nada do gênero.