Trancrevemos o que sobre a palavra semilha se regista no Elucidário Madeirense, do padre Fernando Augusto da Silva e de Carlos Azevedo Meneses (2.ª edição mandada fazer pela então Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal, 1946, Funchal), no Volume Terceiro:
«Semilha. Este nome, dado na Madeira ao 'Solanum tuberosum', planta da família das Solanáceas, deriva da palavra espanhola "semilla", que parece ter sido escrita numa etiqueta que acompanhou os primeiros tubérculos que vieram para esta ilha, importados das Canárias, e que foi tomada aqui como o nome da planta. A semilha começou a ser cultivadana Madeira em 1760, e multiplica-se por meio dos seus tubérculos fraccionados, devendo cada fragmento conter alguns olhos. Três ou quatro meses depois de terem sido plantados os tubérculos, procede-se à colheita da produção.
A Madeira produz anualmente cerca de 25 milhões de quilogramas de semilhas, podendo calcular-se em 10 000 quilogramas o rendimento médio por hectare (1921).
A semilha é cultivada também no Porto Santo, onde só foi introduzida um pouco depois de 1820.
Esta planta é oriunda dos Andes, na América Meridional, e foi trazida à Europa pelos espanhóis, logo depois da conquista do Peru. Associada a qualquer outra substância mais rica do que ela em princípios azotados, constitui um alimento excelente para o homem, e pode também ser utilizada tanto crua como cozida no sustento dos animais.»