Não é explicita a dúvida que tem a respeito dos registos de língua.
Penso que pretende referir-se a variações da língua caracterizadas por marcas sociolinguísticas particulares (escolha do vocabulário, atitude em relação às indicações da gramática normativa, aspectos referentes à pronúncia, à entoação, etc.). Dito de outro modo, a hierarquia dos usos linguísticos de acordo com as normas sociais e estéticas.
Nesta acepção, o registo popular compreende três realizações:
– os regionalismos;
– a gíria;
– o calão.
Os regionalismos são realizações da língua características de determinadas regiões, que apresentam diferenças em relação à língua corrente, diferenças essas de natureza fonética, morfológica, lexical, sintáctica e semântica. Reflectem variações dialectológicas.
As gírias são códigos construídos por grupos profissionais ou sociais que têm implícita a intenção de se individualizarem, não sendo, originariamente, compreendidos pela generalidade dos falantes que não pertencem a esse grupo. É o caso da gíria académica, da gíria futebolística, da gíria dos pescadores, etc. Há normalmente o respeito pela sintaxe e, com raras excepções, pelos hábitos morfológicos da língua. A sua originalidade e diversidade é de natureza lexical: metáforas, deformações e modificações de palavras da língua corrente, criações de vocábulos.
O calão é uma realização linguística socialmente desvalorizada, caracterizada pela utilização de termos baixos e grosseiros e obscenidades.